Deputado afirma que falta de vacina aos cinquentões é reflexo do negacionismo
Conforme Serafim Corrêa, o “adiamento da vacinação de pessoas de 50 a 69 anos decepciona o povo do Amazonas"

Ferreira Gabriel
Publicado em: 23/02/2021 às 17:09 | Atualizado em: 23/02/2021 às 20:02
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou, nesta terça-feira (23), que a falta de vacinas é reflexo do negacionismo do Governo Federal com a gravidade da pandemia do novo coronavírus. A fala do parlamentar é referente ao adiamento da vacinação de pessoas de 50 a 69 anos no Amazonas.
O ministro Eduardo Pazuello chegou a anunciar a vacinação deste grupo no início do mês. Seria, portanto, para o dia 22 de fevereiro. No entanto, foi adiada dias antes por falta de doses.
“Ontem houve uma decepção muito grande. O ministro Pazuello, que é nosso conterrâneo, tem errado demais. Ele anunciou que ontem, dia 22, haveria vacinação para pessoas acima de 50 anos. Isso gerou uma expectativa. Quando chegou na sexta-feira passada, ele comunicou que não tinha vacina, porque o Butantan não entregou a vacina que ele esperava que entregasse”, disse Serafim.
Negacionismo
O parlamentar afirmou que, além da negação da doença no país, houve descuido com recomendações sanitárias e campanhas contra a vacinação por parte do Governo Federal. Diferente de países como Israel que investiram cedo na produção de vacinas e que hoje grande parte da população está imunizada.
“Quero rememorar que o que nós vivemos hoje são efeitos de uma causa que vem lá atrás. A causa da negação por parte do senhor presidente da República, que negou a pandemia, a utilidade e a eficácia da vacina. Ficou dizendo que quem tomasse a vacina iria virar jacaré e que ele não se responsabilizava pelo que acontecesse com quem tomasse a vacina. E mais, carimbando que a vacina chinesa era do Dória.”
“Quero dizer que não tenho nenhuma simpatia pelo governador de São Paulo, João Dória, mas temos que convir que se não fosse ele o Brasil não teria nada de vacina”, completou Serafim.
O deputado chegou a exibir um vídeo em que o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, apresenta ofícios enviados em julho, agosto, outubro e dezembro de 2020 ao presidente Bolsonaro. Nele, Covas oferta a compra de 60 milhões de doses de vacinas prontas ainda para 2020 e 100 milhões de doses em 2021. Entretanto o Governo Federal ignorou os ofícios.
“Foi o Governo Federal que menosprezou a vacina. Quando o ministro Pazuello foi a Manaus e faz um anúncio como se tivesse comprado a vacina que não comprou, ele brinca com a gente, zomba da gente, e põe a população contra os governos. A população que se sente enganada não distingue quem enganou”, disse Serafim.
Puxão de orelha em Pazuello
De acordo com matéria divulgada no Jornal O Globo, 200 milhões de pessoas foram vacinadas no mundo. Isso tem refletido diretamente na queda de mortes pela doença.
“Vacina é o nosso caminho. Quero dizer que o ministro Pazuello tem que trabalhar mais com a realidade e menos com a fantasia e não prometer aquilo que não pode cumprir. Temos que recuperar o tempo perdido para vacinar, vacinar e vacinar. Esse é o caminho que temos que seguir e deixar os negacionistas, aqueles que negam a eficácia da vacina, falando sozinhos, porque é isso, no mínimo, que eles merecem”, concluiu.
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Foto: Marcelo Araújo/ Divulgação