Fique atento aos riscos da alta produção de ácido úrico

Mariane Veiga
Publicado em: 22/12/2020 às 10:56 | Atualizado em: 22/12/2020 às 11:05
Derivado da purina, substância produzida pelo organismo após a digestão das proteínas, o ácido úrico pode levar a quadros inflamatórios nas articulações, se produzido em excesso no organismo.
A hiperuricemia (presença dos níveis altos da substância no sangue), que atinge 13% da população brasileira, conforme projeções de entidades ligadas à saúde, também potencializa os riscos de se desenvolver a artrite gotosa, popularmente conhecida como gota.
A doença é caracterizada, principalmente, por dor intensa e sensibilidade nas articulações, conforme a presidente da Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), enfermeira Karina Barros.
De acordo com ela, a gota tem início com o acúmulo de ácido úrico no sangue e nos tecidos, levando à formação de cristais que acabam depositados nas articulações.
Pesquisas têm apontado que o consumo de proteína animal, como a carne vermelha em excesso, aumenta a produção de ácido úrico no organismo, levando aos processos inflamatórios.
Outro fator de risco para a alteração é a prática contínua de jejuns prolongados.
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Olho nos sintomas
Os sintomas podem incluir, segundo ela, vermelhidão nessas regiões, dificuldade de se movimentar e inchaço.
A forma crônica da doença exige dieta restritiva indicada por nutricionista ou nutrólogo, com acompanhamento periódico, além de outras mudanças comportamentais e o uso de medicamento com acompanhamento médico.
O aumento do ácido úrico é detectado em exames complementares de diagnóstico, a exemplo dos laboratoriais, que medem a dosagem o sangue.
O limite normal de ácido úrico para homens é de 400 µmol/L (6,8 mg/dL), e para mulheres, é de 360 µmol/L (6 mg/dL).
Por isso, a enfermeira recomenda um check-up médico uma vez ao ano, para a avaliação das taxas em geral.
No caso do ácido úrico, a medida é importante, pois, na maioria das pessoas, o aumento dos níveis não apresenta sintomas inicialmente, segundo Karina.
“É o tipo de alteração que pode durar anos ou até uma vida inteira, mas que tem controle se o tratamento for seguido à risca”, destacou.
Outra dica é deixar de lado o sedentarismo e praticar regularmente exercícios físicos – à exceção dos períodos em que o paciente estiver em crise.
O consumo de bebidas alcoólicas também pode ser prejudicial. Por isso, recomenda-se que seja evitado por pessoas com esse perfil clínico.
Em contrapartida, consumir água pode ajudar.
“Vale lembrar que o consumo de água não muda a eliminação do ácido úrico no organismo. Mas, a ingestão de quantidade insuficiente de água faz com que o ácido úrico presente na urina possa se concentrar, produzindo cálculos renais, as temidas pedras (litíase)”, disse a enfermeira.
“Lembramos que os níveis anormais de ácido úrico podem estar relacionados a outras doenças, como o diabetes e as doenças cardiovasculares, além das renais. O diabetes, a obesidade e a pressão alta podem indicar um aumento do ácido úrico no organismo e servem de alerta para uma investigação mais aprofundada”.
Fonte: Assessoria da associação
Foto: Divulgação