Investigações no STF que envolvem Bolsonaro são prorrogadas por 90 dias

Os inquéritos prorrogados são os das fake news, o dos atos antidemocráticos e o que apura possível interferência indevida na atuação da Polícia Federal

Bolsonaro editorial Folha

Publicado em: 16/12/2020 às 14:54 | Atualizado em: 16/12/2020 às 14:54

Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, três inquéritos que envolvem o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram as investigações prorrogadas por 90 dias.

São eles o das fake news, o dos atos antidemocráticos e o que apura possível interferência indevida na atuação da Polícia Federal.

Conforme o jornal O Estado de São Paulo, o inquérito dos atos antidemocráticos foi deixado de lado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação é sobre a organização e financiamento dos atos que pediam intervenção militar e atacavam o STF e o Congresso.

De acordo com o apurado até agora, o “gabinete do ódio” funcionava no Planalto. A partir disso, canais bolsonaristas na internet chegavam a faturar mais de R$ 100 mil por mês.

A abertura de investigação criminal com base na Lei de Segurança Nacional foi logo após o discurso de Bolsonaro  no Dia do Exército, em abril.

“Acabou a época da patifaria. Agora é o povo no poder. Vocês têm a obrigação de lutar pelo país de vocês. Nós não queremos negociar nada. Queremos é ação pelo Brasil”, disse Bolsonaro.

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Inquérito das fake news

Nas investigações de disseminação em massa de fake news já foram feitas pelo menos 18 ações de busca e apreensão.

Como resultado, ofensas e agressões que caracterizam crimes contra a honra, a integridade física e a vida dos ministros do STF foram descobertas. Em seguida, viraram inquéritos policiais.

Em maio, o STF realizou a mais ampla operação no inquérito. Esta ação atingiu políticos, empresários e blogueiros aliados de Bolsonaro. A princípio, seis deputados federais e o suposto “gabinete do ódio” estão no centro das apurações.

Interferência na polícia

Bolsonaro é alvo direto no caso denunciado pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, de tentativa do presidente de aparelhar a Polícia Federal a seu favor.

Entre as pendências a resolver com a prorrogação é o depoimento de Bolsonaro. Ele tentou desistir de falar à Polícia Federal, mas o STF não permitiu.

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Foto:  Isac Nóbrega/PR