Desempregados doaram R$ 16 milhões para candidatos nesta eleição

Núcleo de inteligência do TSE identificou indícios de 7 mil fraudes no financiamento ou prestação de serviços nesta eleição

Brasil chega a 14,3 milhões de desempregados, maior taxa desde 2012

Publicado em: 29/10/2020 às 19:25 | Atualizado em: 29/10/2020 às 19:54

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou vários indícios de fraude no financiamento e prestação de serviços de campanha nestas eleições.

As possíveis irregularidades ocorreram em casos como doações feitas por quase 4 mil desempregados, eleitores que nem sequer tinham renda suficiente para financiar candidatos e até pessoas já falecidas.

As doações feitas por desempregados são as que mais chamam a atenção do TSE. Os repasses feitos por esses eleitores chegam a R$ 15,9 milhões.

Conforme o levantamento, juntos, todos esses casos somam mais de R$ 22 milhões.  Há ainda outros indícios de fraude, como 775 fornecedores sem registro de atividade comercial ou cadastro na Receita Federal (R$ 1,3 milhão), além de 217 empresas cujos sócios têm algum parentesco com os candidatos (R$ 471 mil).

De acordo com o TSE, ao todo, os indícios de fraude somam 7 mil casos. Já os doadores com renda incompatível (782 casos) repassaram R$ 6,4 milhões para os candidatos.

Por enquanto, foram identificadas cinco pessoas mortas, que constam do Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) e doaram R$ 6,8 mil para as campanhas.

Portanto, o levantamento divulgado pelo TSE é fruto de uma parceria do Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral com seis órgãos federais.

Segundo o tribunal, as informações coletadas serão repassadas agora para os juízes eleitorais.

Dessa forma, eles poderão solicitar diligências para comprovar a procedência do indício e utilizar essas informações para julgar a prestação de conta dos candidatos.

No entanto, o TSE diz que não pode passar mais informações sobre as investigações “porque se trata de informação que ainda passará por apuração para atestar a procedência do indício”.

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Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília