Desempregados doaram R$ 16 milhões para candidatos nesta eleição
Núcleo de inteligência do TSE identificou indícios de 7 mil fraudes no financiamento ou prestação de serviços nesta eleição

Publicado em: 29/10/2020 às 19:25 | Atualizado em: 29/10/2020 às 19:54
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou vários indícios de fraude no financiamento e prestação de serviços de campanha nestas eleições.
As possíveis irregularidades ocorreram em casos como doações feitas por quase 4 mil desempregados, eleitores que nem sequer tinham renda suficiente para financiar candidatos e até pessoas já falecidas.
As doações feitas por desempregados são as que mais chamam a atenção do TSE. Os repasses feitos por esses eleitores chegam a R$ 15,9 milhões.
Conforme o levantamento, juntos, todos esses casos somam mais de R$ 22 milhões. Há ainda outros indícios de fraude, como 775 fornecedores sem registro de atividade comercial ou cadastro na Receita Federal (R$ 1,3 milhão), além de 217 empresas cujos sócios têm algum parentesco com os candidatos (R$ 471 mil).
De acordo com o TSE, ao todo, os indícios de fraude somam 7 mil casos. Já os doadores com renda incompatível (782 casos) repassaram R$ 6,4 milhões para os candidatos.
Por enquanto, foram identificadas cinco pessoas mortas, que constam do Sistema de Controle de Óbitos (Sisobi) e doaram R$ 6,8 mil para as campanhas.
Portanto, o levantamento divulgado pelo TSE é fruto de uma parceria do Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral com seis órgãos federais.
Segundo o tribunal, as informações coletadas serão repassadas agora para os juízes eleitorais.
Dessa forma, eles poderão solicitar diligências para comprovar a procedência do indício e utilizar essas informações para julgar a prestação de conta dos candidatos.
No entanto, o TSE diz que não pode passar mais informações sobre as investigações “porque se trata de informação que ainda passará por apuração para atestar a procedência do indício”.
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Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília