Vala comum do coronavírus foi destino de professor tikuna em Manaus

Aldenor Félix foi o primeiro indígena, que morava em Manaus, a ser sepultado na vala coletiva

Tikuna

Gabriel Ferreira, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 06/05/2020 às 14:24 | Atualizado em: 06/05/2020 às 15:22

O professor Aldenor Basques Félix Gutchicü, vice-cacique da comunidade Wotchimaücü, do povo tikuna, morreu com suspeita de coronavírus (covid-19), no dia 28 de abril. Segundo reportagem do site Amazônia Real, ele foi sepultado em vala coletiva do cemitério Nossa Senhora de Aparecida, no Tarumã, em Manaus.

Tal cemitério tem imensa área específica para enterro de vítimas do coronavírus. E, principalmente, de quem não pôde ter um caixão comprado.

O professor era um deles, morador do bairro Cidade de Deus, zona norte, na periferia de Manaus.

De acordo com Domingos Florentino, líder dos tikunas, que acompanhou Aldenor até à cova, o atestado de óbito apontou “ataque cardíaco”. Entretanto, Aldenor vinha sentindo sintomas como febre, falta de ar, tosse e dor no corpo desde 3 de abril. Apesar desse quadro, ele não foi atendido em hospital. Logo, não passou por teste para saber se sofria de coronavírus.

Na despedida do professor, apenas Florentino e mais três pessoas, conforme protocolo para essas mortes.

Dessa maneira, ele foi o indígena morador de Manaus que foi sepultado em vala coletiva.

*Texto organizado a partir de reportagem do Amazônia Real, republicada no portal da Unisinos.

 

Foto: Diego Janatã/Associação Wotchimaücü_Reprodução/Unisinos

 

 

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