Suposto conluio na Câmara para enterrar CPI do DPVAT em 2016
Ano passado, o presidente Jair Bolsonaro tentou extinguir o seguro obrigatório, mas os congressistas reagiram à medida, alegando que ela prejudicaria os segurados.

Publicado em: 14/01/2020 às 15:48 | Atualizado em: 14/01/2020 às 16:15
Um suposto conluio entre deputados e a Seguradora Líder pôs sob suspeita a seriedade das investigações no setor de seguro de veículos automotores em 2016.
A revista Veja publica que uma auditoria da consultoria KPMG, encomendada pela Líder, mostra as relações umbilicais entre dirigentes do setor e parlamentares.
A suspeita é de que deputados atuaram para encerrar a CPI do DPVAT e, de fato, foi encerrada sem resultado.
Acionado em acidentes de trânsito para indenizar vítimas, o DPVAT foi o centro de uma recente disputa judicial envolvendo os três poderes, lembra Veja.
O governo Bolsonaro tentou extinguir o seguro, alegando que o seu pagamento estava recheado de fraudes há anos.
Congressistas reagiram à medida, alegando que ela prejudicaria o atendimento aos segurados.
Em dezembro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) arbitrou a questão, derrubando o fim do DPVAT.
O levantamento da KPMG, ao qual Veja teve acesso, detalha o temor da Líder diante da instalação da CPI da DPVAT e as conversas que o então diretor jurídico da seguradora, Marcelo Davoli, manteve com deputados para que eventuais convocações não fossem adiante e para que as investigações não fossem prorrogadas dentro da comissão parlamentar de inquérito.
Em 14 de janeiro de 2016, por exemplo, o diretor-presidente da Líder à época, Ricardo Xavier, afirma, em um email, que “temos que continuar trabalhando para que a CPI do DPVAT não sofra a mesma avaliação da Mesa da Câmara que a CPI do Carf”.
O destinatário da mensagem é o diretor de Relações Governamentais da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), Antonio Mazurek.
Confira a reportagem completa na Veja
Foto: Antônio Araújo/Câmara dos Deputados/arquivo