Câmara quer prisão em segunda instância, mas oposição obstrui

Publicado em: 09/11/2019 às 08:30 | Atualizado em: 09/11/2019 às 09:55
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Franceschini (PSL-PR), pautará para a próxima segunda-feira (11) a votação da proposta que permite a prisão de condenados em segunda instância. Partidos de oposição estão trabalhando contra a proposta. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o parlamentar, se a votação não for concluída na segunda-feira, será pautada outra reunião da comissão na terça-feira (12), tendo a proposta como único item da pauta.
Franceschini (foto) anunciou a decisão a jornalistas, nessa sexta-feira (8), em entrevista coletiva no Salão Verde, da Câmara.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 410/2018, que trata do assunto, já foi discutida na comissão, inclusive com realização de audiência pública sobre o tema.
No mês passado, a relatora da proposta na CCJ, deputada Caroline de Toni (PSL-SC), apresentou parecer pela admissibilidade da PEC.
A sessão foi tensa e contou com quatro horas de obstrução dos partidos de oposição.
Após a leitura do parecer, os deputados apresentaram pedido de vista, o que adiou a votação da matéria.
Franceschini disse que, na análise de juristas, não há uma saída no ordenamento jurídico atual para determinar a prisão após condenação em segunda instância.
A PEC pretende mudar o conceito de culpa previsto na Constituição para permitir a prisão antes do trânsito em julgado da sentença penal.
Para parlamentares contrários, a proposta é inconstitucional por ferir cláusula pétrea da Constituição, ao modificar o artigo que trata dos direitos e garantias individuais.
O texto da PEC 410/18 estabelece que após a confirmação de sentença penal condenatória em grau de recurso (tribunal de 2º grau), o réu já será considerado culpado e poderá ser preso.
Se aprovada, será examinada por comissão especial quanto ao mérito e votada pelo plenário em dois turnos.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados