Wilson participa de missa final do Sínodo para Pan-Amazônia

Wilson

Mariane Veiga

Publicado em: 27/10/2019 às 16:12 | Atualizado em: 27/10/2019 às 16:14

O governador Wilson Lima (PSC), que está em Roma para a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, participou neste domingo, dia 27, da missa de encerramento da Assembleia Especial do Sínodo para a Pan-Amazônia, presidida pelo papa Francisco, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

“Foi uma celebração emocionante. O papa falou do amor ao outro e citou a Amazônia e as discussões no Sínodo algumas vezes durante a homilia. O Sínodo dos bispos termina e amanhã nós vamos ter a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia e o que vamos defender aqui é algo alinhado com o que pensam os bispos e a Igreja”, disse Wilson Lima.

Durante a missa o papa destacou que, no Sínodo, foram escutadas as vozes dos pobres e que houve uma reflexão sobre a precariedade da vida deles, ameaçadas por modelos de desenvolvimento predatórios.

“Vimos isso no Sínodo quando falamos sobre a exploração da criação, das pessoas, dos habitantes da Amazônia, do tráfico de pessoas e do comércio de pessoas! Os erros do passado não foram suficientes para deixarmos de saquear os outros e causar ferimentos aos nossos irmãos e à nossa irmã terra: vimos isso no rosto desfigurado da Amazônia”, disse o papa Francisco.

 

Reunião

Wilson Lima ainda se reuniu com dom Cláudio Hummes, relator geral do Sínodo da Amazônia, com o chanceler da Academia de Ciências do Vaticano, Marcelo Sánchez Sorondo, e com o presidente da Fundação Amazonas Sustentável, Virgilio Viana.

Eles trataram da realização da 1ª Cúpula dos Governadores e da importância das discussões para o futuro da região amazônica.

Além disso, Wilson Lima destacou o posicionamento do Amazonas contra qualquer tipo de atividade ilegal praticada e defendeu a necessidade de promover a dignidade humana no processo de desenvolvimento sustentável.

“O Amazonas tem bons exemplos de práticas de desenvolvimento sustentável, mas ele ainda caminha a conta gotas e o que nós queremos é mostrar um posicionamento efetivo nesse sentido”, afirmou Lima.

 

Sínodo

A missa na Basílica de São Pedro encerrou as três semanas de assembleia do Sínodo e contou com a participação de indígenas amazonenses, da etnia apurinã do rio Purus, de São Gabriel da Cachoeira, e também de Maués, além de movimentos sociais e instituições que lutam em defesa da Amazônia.

No sábado (26) foi divulgado um documento de 33 páginas com propostas como a criação de uma área para tratar da questão socioambiental dentro do Vaticano.

O Sínodo da Amazônia reúne 185 padres, sendo 57 brasileiros. Além dos bispos, há convidados de outros países, de congregações religiosas, outras comunidades cristãs, da população e especialistas.

Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que o Papa dê diretrizes ao clero, expressas em um documento chamado exortação apostólica.

“A decisão do Papa de criar uma área específica sobre a Amazônia e as questões socioambientais nos deixou muito felizes. Essa discussão precisa envolver todos. A igreja já faz um trabalho muito especial na Amazônia, muitas vezes de assistência social e nós reconhecemos o quanto isso é importante”, avaliou o govrnador.

 

Cúpula

A Primeira Cúpula de Governadores da Pan-Amazônia reunirá no Vaticano, nesta segunda-feira , dia 28 de outubro, chefes do Poder Executivo de Estados subnacionais de nove países que compõem o território amazônico.

O evento é uma iniciativa conjunta da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano e governadores da Amazônia brasileira, representantes do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal.

A reunião na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticanoserá realizada das 9h às 19h e tem como tema: Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.

A Cúpula de Governadores pretende ampliar o diálogo entre os governos subnacionais amazônicos e a comunidade internacional, no contexto da crise climática e do enorme desafio que o cenário atual representa para as sociedades e governos amazónicos.

 

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Fotos: Diego Peres/Secom