STF pede que PGR verifique mensagens divulgadas pelo Intercept

Publicado em: 04/10/2019 às 10:24 | Atualizado em: 04/10/2019 às 10:28

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai pedir à Procuradoria-geral da República (PGR) que verifique a autenticidade das mensagens divulgadas pelo site The Intecept Brasil, envolvendo integrantes da operação Lava Jato. Caso a análise seja positiva, os arquivos poderão ser utilizados como provas em processos contra a investigação.

O pedido da Corte deve ser capitaneado pelo ministro Gilmar Mendes, crítico veemente da operação. Além dele, outros membros do Supremo apoiam a medida. As informações são da Folha de S. Paulo.

A possibilidade da análise ficou mais clara nesta quarta-feira (2), durante sessão plenária do STF, que julgava um habeas corpus que questionava os prazos das alegações finais, em casos com réus delatados e colaboradores. O entendimento do Supremo, a favor do recurso, pode afetar  a operação.

 

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Durante o julgamento, o ministro Gilmar Mendes fez críticas severas à Lava Jato, chegando a fazer uma comparação com milícias.

“É preciso o combate à corrupção dentro do estado de direito. Não se pode combater a corrupção cometendo crimes, ameaçando pessoas, exigindo delações ou fazendo acordos, tendo irmão como irmão porque passam as delações. Tudo isso não é compatível com a ordem do estado de direito. Assim se instalam as milícias brasileiras. Esquadrão da Morte é fruto disto. É preciso ter cuidado. Quem investiga tem que observar o estado de direito”, disse.

Após a fala do magistrado, o subprocurador-geral Alcides Martins, indicado pelo novo PGR, Augusto Aras, pediu ao ministro que enviasse as mensagens à Procuradoria.

“Se me permite, ministro Gilmar, se pudesse encaminhar esses elementos à Procuradoria-Geral para que fossem avaliados por quem é de direito, porque o que referiu é de extrema gravidade.”

Gilmar, então, decidiu enviar ofício à PGR solicitando que a instituição analise indícios de desvios funcionais de membros do Ministério Público citados por ele, o que pode demandar análise das mensagens.

 

Fonte: Agência Brasil

Foto: Nelson Jr/SCO/STF