Região Norte lidera ranking de pior saneamento básico no país

Dados estão na Pnad Contínua 2024, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (22 de agosto)

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 22/08/2025 às 17:42 | Atualizado em: 22/08/2025 às 17:42

Os estados da região Norte do Brasil mantêm a alta defasagem em relação ao saneamento básico, seja no abastecimento de água, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

As gritantes, mas contínuas e persistentes diferenças regionais estão estampadas Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22 de agosto) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pnad, a região Norte é a pior do país em relação ao tipo de esgotamento sanitário dos domicílios. Tem apenas 31,2% de domicílios com esgoto ligado à rede geral. Ou seja, 68,8% das moradias da região não esgoto tratado

Em seguida, vem o Nordeste com 51,1% dos domicílios ligados à rede geral de esgoto. E a região Sudeste é a que supera a média nacional.

Dos cerca de 77 milhões de domicílios que o Brasil tinha em 2024, 29,5% não tinham ligação com rede geral de esgoto. Isso representa três em cada dez.

O levantamento compara a situação de 2024 à de 2019. Cinco anos antes, o país tinha 68% dos lares ligados à rede geral e 32% sem ligação.

O grupo de 70,4% dos domicílios com acesso à rede geral inclui os endereços com ligação do banheiro a uma rede coletora e ainda as residências com fossa séptica ligada à rede.

Diferenças regionais

Dessa forma, o percentual de domicílios com esgoto ligado à rede geral é o seguinte: Sudeste – 90,2%, Brasil – 70,4%, Sul – 70,2%, Centro-Oeste – 63,8%, Nordeste – 51,1%, Norte – 31,2%.

A observação por unidades da federação revela que São Paulo (94,1%), Distrito Federal (91,1%), Rio de Janeiro (89,2%) e Minas Gerais (84,6%) aparecem no topo do ranking da ligação de esgoto à rede geral.

As piores proporções são no Piauí (13,5%), Amapá (17,8%), em Rondônia (18,1%) e no Pará (19,3%).

Abastecimento de água

A Pnad analisou também a forma de os lares brasileiros receberem água. No país, 86,3% das residências têm rede geral de distribuição como principal forma de abastecimento. O Norte e Nordeste carregam os piores índices.

Assim, pela pesquisa do IBGE, 61,7% da população nortista recebem água em casa da geral de abastamento. Logo, 38,3% dos domicílios não tem abastecimento digno de água potável.

Embora inferior às demais regiões, o Nordeste já conta com 80,6% dos domicílios com rede geral de distribuição de água.

Rondônia, na região Norte, é o único estado do país onde menos da metade (47,4%) dos domicílios tem rede geral como principal forma de abastecimento. São Paulo (96,6%) e Distrito Federal (96,5%) ostentam os maiores percentuais.

Então, o percentual de domicílios, por região, com rede geral de distribuição de água é este:

• Sudeste – 92,5%
• Centro-Oeste- 90%
• Sul- 89%
• Brasil – 86,3%
• Nordeste – 80,6%
• Norte – 61,7%

Água diariamente

Por outro lado, o IBGE identificou qual parcela tem disponibilidade diária dessa rede, aquela que consegue receber água todos os dias. No Brasil, são 88,4% dos lares.

Pernambuco (44,3%) e Acre (48,5%) têm menos da metade dos domicílios ligados à rede com disponibilidade diária. O topo do ranking fica com o Distrito Federal (98,2%) e Mato Grosso do Sul (98%).

Coleta de lixo

A pesquisa do IBGE mostra que coleta direta de lixo chegou a 86,9% dos 77,3 milhões de domicílios do país, em 2024, um crescimento na cobertura da coleta desde 2016, quando era de 82,7%.

Já nas áreas rurais, a proporção de moradias com coleta direta de resíduos chega a apenas 33,1% dos 8,9 milhões de domicílios nessas localidades, enquanto está disponível em 93,9% dos 68,5 milhões de lares urbanos.

Por fim, a Pnad observa que, no Norte (14,4%) e no Nordeste (13,1%), a parcela de residências que colocam fogo no lixo é maior que o dobro da média nacional.

Com informações do IBGE.

Foto: Instituto Trata Brasil/Divulgação