A extrema direita emparedada

O autor destaca que "no Brasil, a família Bolsonaro foi desmascarada e já dá sinais de desgaste". O sociólogo Lúcio Carril também escreve sobre Trump, Milei e Israel

Por Lúcio Carril*

Publicado em: 22/08/2025 às 10:27 | Atualizado em: 22/08/2025 às 10:30

Não se trata de uma questão política tão simplesmente, mas de um confronto entre civilização e barbárie.

A extrema direita é uma ameaça à modernidade e ao processo civilizatório, até mesmo ao capitalismo. Sua atuação é por um retrocesso histórico, que ameaça a ciência, a cultura e as garantias individuais e coletivas, numa volta ao medievalismo.

Trump é um bárbaro, vinculado à exploração sexual de adolescentes. Faz um governo de censura e xenofobia. Busca fortalecer a intervenção do Estado na economia para facilitar o poder das grandes corporações capitalistas, uma receita liberal que termina por fomentar crises sociais.

Na Argentina, Milei equilibra a economia com a miséria da população. A desigualdade social aumentou, o desemprego aumentou, aumentou a exclusão social. A receita para diminuir a inflação é simples: tira moeda de circulação, não aumenta salário, permite a especulação financeira, empresta dinheiro do FMI e acaba com a aposentadoria. Assim é fácil, mas uma hora a conta chega.

Em Israel, o sionismo, corrente política de extrema direita, horroriza o mundo com o genocídio do povo palestino. Mais um exemplo do perigo que o mundo enfrenta com o recrudescimento dessa linha de ação e poder.

No Brasil, a família Bolsonaro foi desmascarada e já dá sinais de desgaste. O discurso de patriotas e defesa da família não se sustenta e perde apoio na população. Sua base política está desgastada pela ação lesa-pátria de Eduardo e Bolsonaro. Quem é Brasil não apoia a canalhice contra a pátria.

A extrema direita tem vida curta. Está em disputa no mundo, que já viveu essa ameaça civilizatória. A história continua presente na memória de muita gente e o retrocesso cultural não terá guarida na humanidade.

Trump está apressando a queda do império americano. Não haverá salvação para um país que construiu sua hegemonia na guerra, na pilhagem e nas ditaduras. Uma nova ordem está surgindo.

Bolsonaro e seus acólitos foram derrotados pela democracia. O destino da horda golpista é a cadeia, de acordo com as leis brasileiras. A extrema direita logo será derrotada no mundo. A história é implacável.

Esse processo histórico que vivemos faz parte dos desafios da humanidade e servirá de base para criação de sistemas políticos mais consolidados na participação e na igualdade. O atraso não tem como prosperar.

O autor é sociólogo.

Foto: divulgação