‘Tá tudo me devendo’, diz Aziz sobre clã Bolsonaro derrotado na Justiça

Em 2023, o Tribunal de Justiça do Amazonas condenou Bolsonaro a pagar R$ 30 mil ao senador por ofensas e calúnia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 19/08/2025 às 15:56 | Atualizado em: 19/08/2025 às 15:56

O senador Omar Aziz (PSD), que vai presidir a partir desta quarta-feira (20 de agosto) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fraudes do INSS, voltou a falar sobre o processo na Justiça que moveu contra Jair Bolsonaro e o filho Eduardo em ação por danos morais.

“Tá tudo me devendo”, disse o senador em entrevista exclusiva ao ICL Notícias nesta terça-feira (19) quando falou sobre os preparativos para a CPMI do INSS.

Em 2023, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) condenou Bolsonaro (PL) a pagar R$ 30 mil ao senador por ofensas e calúnia. O ex-presidente afirmou que Aziz já havia respondido pelo crime de pedofilia.

Além de Bolsonaro, Aziz disse que foram condenados também os filhos: o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), este último se encontra nos Estados Unidos, e a TV Jovem Pan.

“O Eduardo estou esperando voltar dos Estados Unidos”, diz o senador.

“Você me fazer críticas ao meu comportamento político é uma coisa. Você querer levar uma mentira adiante e tentar com que vire verdade [é outra]. Hoje você tem a poluição da informação, infelizmente a poluição da informação, não se checa mais nada”, lamenta.

Para ele, a mentira parece até brincadeira se espalha com muito mais facilidade do que a verdade.

“Aliás, hoje os fatos marcantes é quem quer, na rede social, lacrar. O cara ficar nu tem um milhão de visualizações. A pessoa se veste direitinho, ninguém visualiza. Então é essa a vida que nós estamos vivendo hoje”, reclama.

CPI da Covid

O senador foi criticado pelo clã Bolsonaro quando presidiu a CPI da Covid no Senado, em 2021.

O juiz Cássio André Borges dos Santos, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível, afirmou que “liberdade de expressão não se confunde com liberdade para ofender”.

Na decisão, o magistrado disse que o senador nunca foi formalmente acusado de pedofilia, “o que demonstra a malícia da afirmação do réu, cujo intuito difamatório não se discute”.

“Há inúmeras maneiras de ferir a honra de uma pessoa, e uma delas é o uso ardiloso de fatos, através do recurso de discurso do ódio, que se finca em um maniqueísmo pernicioso, que deve ser repelido pelo Poder Judiciário quando instado a julgar demandas sobre o tema”, escreveu na decisão.

Foto: Reprodução/Vídeo