Amazonas na literatura é a missão do novo imortal Hatoum

Escritor manauara assume cadeira na Academia Brasileira de Letras e destaca raízes amazônicas em sua obra.

Milton Hatoum Foto Wilson Nogueira Estado laico é solução ao conflito Israel x Palestina, diz Milton Hatoum 
Escrito por Adrissia Pinheiro

Publicado em: 18/08/2025 às 19:50 | Atualizado em: 18/08/2025 às 19:58

“Eu quis colocar, modestamente, o mapa do Amazonas, de Manaus, na nossa literatura. No entanto, tentei evitar o pitoresco e a literatura regionalista rasa”, disse Milton Hatoum. Essa declaração, aliás, resume a missão do primeiro amazonense a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL).

O escritor, professor e tradutor foi eleito na quinta-feira (14) com 33 dos 34 votos. Logo na sua estreia como candidato, conquistou o posto de imortal e sucederá Cícero Sandroni, falecido em junho.

Além disso, Hatoum avaliou que sua chegada se soma a um processo de transformação na instituição. Nesse contexto, ele lembrou nomes como Fernanda Montenegro, Gilberto Gil, Ailton Krenak e Ana Maria Gonçalves. “Há uma renovação na Academia e espero que o nosso Congresso Nacional seja renovado também”, afirmou.

A Amazônia em sua obra

Hatoum destacou a Amazônia além da floresta, lembrando que a maioria da população vive em centros urbanos. Em suas narrativas, Manaus aparece como cenário dos dramas familiares e sociais. “Esses dramas humanos são mais importantes, no fundo, do que a própria geografia, embora Manaus esteja muito presente não como adorno, mas como cenário problemático”, explicou.

Novo livro em outubro

Em outubro, o escritor lançará Dança de Enganos, encerrando sua trilogia sobre autoritarismo e ditadura militar no Brasil. Ele lembrou que viveu sua juventude durante o regime e que esse período marcou sua geração.

Saiba mais no Brasil de Fato.

Leia mais

Foto: Wilson Nogueira