Um em cada três trabalhadores no Amazonas é por conta própria
Estado reduziu desemprego, mas mantém mercado marcado pela informalidade.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 15/08/2025 às 11:35 | Atualizado em: 15/08/2025 às 11:35
O Amazonas registrou no segundo trimestre do ano uma das maiores taxas de trabalhadores por conta própria do Brasil, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (15 de agosto) pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
O levantamento aponta que 30,4% da população ocupada no estado atua sem vínculo formal, índice bem acima da média nacional de 25,2%.
O percentual coloca o Amazonas na terceira posição entre as unidades da federação com maior número de autônomos, atrás apenas de Rondônia (35,3%) e Maranhão (31,8%).
Na outra ponta, aparecem o Distrito Federal (18,6%), Tocantins (20,4%) e Mato Grosso do Sul (21,4%), com as menores taxas.
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Desemprego em queda
Apesar da alta presença de trabalhadores por conta própria, o estado apresentou uma melhora importante no índice de desocupação.
A taxa de desemprego caiu de 10% no primeiro trimestre para 7,7% no segundo trimestre, acompanhando a tendência nacional de redução (5,8%), que foi a menor já registrada na série histórica iniciada em 2012.
Para analistas, o recuo no desemprego indica maior absorção da mão de obra no Amazonas, mas o perfil do mercado de trabalho continua marcado pela informalidade e pela dependência de atividades autônomas, muitas vezes ligadas ao setor de serviços e à sobrevivência em contextos de baixa oferta de empregos com carteira assinada.
Norte tem alta presença de autônomos
No recorte regional, o Norte aparece com alguns dos maiores percentuais de trabalhadores por conta própria do país.
Além do Amazonas (30,4%), Rondônia lidera com 35,3% e o Maranhão aparece logo atrás (31,8%). O Pará (6,9% de desemprego) e o Amapá (6,9%) também registraram quedas na desocupação, mas mantêm taxas elevadas de informalidade.
Já em estados como Roraima, onde o desemprego caiu de 7,5% para 5,9%, a redução no índice não significou necessariamente expansão de vagas formais.
No geral, a região Norte se destaca pela precarização do mercado de trabalho, dependente de ocupações autônomas e sem carteira assinada.
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Renda ainda é desafio
O rendimento médio real do trabalhador brasileiro chegou a R$ 3.477 no trimestre, mas, no caso dos trabalhadores por conta própria, a renda tende a ser menor e mais instável.
Na região Norte, a dificuldade de acesso a postos formais e a concentração da economia em polos específicos, como a Zona Franca de Manaus (ZFM), fazem com que a informalidade seja uma alternativa recorrente.
Panorama nacional
De forma geral, o IBGE registrou queda no desemprego em 18 das 27 unidades da federação e estabilidade em nove.
Os melhores índices foram em Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).
Já Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%) lideraram as taxas mais altas.
Fonte: Secom/governo federal
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil