Rede de supermercados aparece no esquema da Ultrafarma

Documentos da Justiça apontam para um possível contrato dos auditores investigados com a rede de supermercados Oxxo, pertencente ao grupo Nos, no contexto das investigações sobre supostas propinas nas redes Ultrafarma e Fast Shop.

A denúncia envolve também a empresa Smart Tax, usada nos supostos esquemas, cujo contador, Agnaldo de Campos, é citado como “testa de ferro” do auditor fiscal Artur da Silva Neto.

Segundo os documentos, Campos era o responsável por conduzir as negociações com outras pessoas jurídicas, mantendo Silva Neto sempre informado sobre o andamento das tratativas.

“AGNALDO age como ‘testa de ferro’ de ARTUR nas negociações da SMART TAX com outras pessoas jurídicas. É o responsável por conduzir as negociações, sempre cientificando ARTUR sobre elas, como se verifica pelos e-mails indicados a folhas 46/47, que tratam de contrato com o ‘Grupo Nos’ (dono da rede de supermercados OXXO)”.

O Ministério Público explicou que o auditor Artur Silva Neto se comunicava diretamente com as empresas, realizando ajustes nos valores e informações dos créditos fiscais. O promotor Roberto Bodini detalhou:

“O fiscal coletava as informações, fazia o protocolo e pedia o deferimento. Ele atuava nas duas pontas. E fazia com que o crédito não fosse revisto. E créditos superiores ao que tinha apurado”.

Além de Artur Silva Neto, há outro auditor que está sendo procurado pela Justiça, com pedido de prisão temporária decretado, e um terceiro auditor aposentado que é alvo de mandado de busca.

As empresas Ultrafarma, Smart Tax e Oxxo ainda não se pronunciaram sobre o caso.

Já a Fast Shop informou, por meio de nota, que ainda não teve acesso ao conteúdo completo da investigação, mas que está colaborando com as autoridades, fornecendo as informações solicitadas.

A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) declarou que está à disposição das autoridades, por meio da Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp). Em nota, a Sefaz afirmou:

“A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema”.

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