Presidente do Senado ignora pauta bolsonarista contra Alexandre de Moraes

Flávio Bolsonaro ocupa plenário do Senado e culpa Lula e Moraes por crise com os EUA.

Publicado em: 05/08/2025 às 17:41 | Atualizado em: 05/08/2025 às 17:41

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) liderou, nesta terça-feira (5/8), a ocupação da Mesa Diretora do Plenário do Senado Federal por um grupo de parlamentares da oposição, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e para pressionar o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).

A ação teve como objetivo exigir a pauta de projetos de interesse bolsonarista, como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF), anistia ampla aos condenados do 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.

Segundo Flávio, a ocupação é resultado de repetidas tentativas de contato frustradas com Alcolumbre, a quem acusa de ignorar os pedidos do grupo.

“Enquanto ele não atender às nossas demandas, vamos permanecer aqui, se preciso for, virar a noite”, declarou o senador em entrevista à GloboNews. Ao todo, mais de 12 senadores participam do movimento, que Flávio batizou de “pacote da paz”.

O protesto acontece num momento de crescimento das tensões entre o Legislativo e o Judiciário e também diante da crise diplomática provocada pelas sanções comerciais impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil.

Flávio afirma que aprovar a anistia no Congresso seria “um gesto prático” para sensibilizar a Casa Branca e tentar reverter o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros.

Mesmo com seu irmão, Eduardo Bolsonaro, envolvido em articulações nos Estados Unidos que pressionaram pela sanção contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, Flávio nega qualquer culpa da família Bolsonaro.

Segundo ele, “ninguém tem controle sobre o que o Trump está fazendo” e os responsáveis seriam Moraes e Lula.

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“O Lula hostiliza os Estados Unidos, fecha as portas para o diálogo, e o Moraes colocou o Brasil nessa confusão. Eles estão bagunçando a democracia”, disparou o senador.

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Foto: Jonas Pereira/Agência Senado