Terras raras: Brasil tem segunda maior reserva do mundo, cobiçada pelos EUA
Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras e entra na mira dos EUA em meio à corrida global por minerais estratégicos.

Publicado em: 25/07/2025 às 16:23 | Atualizado em: 25/07/2025 às 16:23
O Brasil ocupa uma posição estratégica no mapa global dos recursos minerais ao deter a segunda maior reserva de terras raras do mundo — atrás apenas da China. Esses elementos são fundamentais para a produção de tecnologias limpas, como turbinas eólicas, carros elétricos, chips e sistemas de defesa, o que coloca o subsolo brasileiro no centro da nova corrida geopolítica e industrial. O interesse dos Estados Unidos, manifestado recentemente por representantes do governo Trump, confirma o peso geopolítico dessas riquezas.
Apesar dessa vantagem geológica, o país ainda enfrenta desafios para transformar esse potencial em protagonismo industrial.
Boa parte das terras raras extraídas no Brasil é exportada em estado bruto, sem beneficiamento ou agregação de valor, o que perpetua o papel de fornecedor periférico de matérias-primas.
A China, por sua vez, domina toda a cadeia produtiva desses elementos, incluindo o refino — um processo complexo e tecnologicamente exigente.
O alerta veio com a visita de Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada americana, que reiterou o interesse dos EUA em minerais estratégicos brasileiros como terras raras, lítio, nióbio e cobre.
A fala ocorreu em meio a tensões diplomáticas, agravadas pela nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor nos EUA em agosto.
O Ministério de Minas e Energia reconhece o cenário como uma “janela de oportunidade” e, em parceria com outras entidades, tem lançado iniciativas para criar uma cadeia industrial nacional.
Entre elas, estão o projeto MagBras (focado na produção de ímãs permanentes), linhas de financiamento de até R$ 5 bilhões e mapeamentos em áreas com potencial mineral estratégico.
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Segundo especialistas, o Brasil precisa agir com inteligência estratégica e integrar ciência, indústria e diplomacia para não repetir o erro histórico de exportar matérias-primas e importar produtos industrializados. O desafio é transformar sua abundância mineral em liderança tecnológica e econômica na transição para uma economia de baixo carbono.
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