Amazônia: desmatamento sobe 8,4% de agosto de 2024 a junho de 2025

O quesito de “desmatamento com solo exposto”, que indica áreas atingidas pelo corte raso de vegetação, declinou 3,3% no período

Amazônia: desmatamento sobe 8,4% de agosto de 2024 a junho de 2025

Da redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 16/07/2025 às 06:02 | Atualizado em: 16/07/2025 às 14:21

Conforme o sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia de agosto de 2024 a junho de 2025 aumentou 8,4%.

Dessa forma, alcançou 3.959 km² em comparação ao período de agosto de 2023 a junho de 2024, em que atingiu 3.652 km².

De agosto de 2024 a junho de 2025, as áreas sob alerta de “desmatamento com vegetação”, que correspondem a locais atingidos pelo fogo, cresceram 245,7% no bioma em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento está ligado à temporada atípica de incêndios que acometeu a Amazônia entre agosto e outubro de 2024.

Assim, a extensão territorial afetada pelo fogo é contabilizada pelo satélite apenas no início do período seco, quando há menor concentração de nuvens no céu.

O quesito de “desmatamento com solo exposto”, que indica áreas atingidas pelo corte raso de vegetação, declinou 3,3% no período.

A categoria “desmatamento por mineração” na Amazônia registrou queda ainda maior, de 53,3% entre agosto de 2024 a junho de 2025 em relação ao intervalo temporal anterior.

“Os dados do primeiro semestre de 2025 foram influenciados pelos incêndios de agosto a outubro do ano passado, que somente começaram a ser detectados como desmatamento com vegetação após o início do período da seca, que começou no final de maio deste ano”, avalia o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), André Lima.

Como resultado, o primeiro semestre de 2025, o aumento das áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia foi de 27% em comparação ao primeiro semestre de 2024 (2.090 km² ante 1.645 km²).

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Mudança do clima

O aumento da área sob alerta de desmatamento na Amazônia está relacionado ao avanço dos incêndios em florestas primárias, situação que anteriormente não era tão expressiva, mas que tem sido agravada pela mudança do clima.

O cenário, explica André Lima, tem se revelado uma tendência global. De acordo com os dados do World Resources Institute (WRI), os incêndios florestais foram responsáveis por quase metade de toda a perda de cobertura de florestas primárias no mundo em 2024.

Diante da maior influência dos incêndios sobre o desmatamento, o governo federal, em conjunto com estados, municípios, comunidade científica e sociedade civil, tem atuado para preveni-los e combatê-los, implementando uma governança que busca transformar o Brasil em um país resiliente ao fogo.

Graças a essas medidas e a condições climáticas menos severas observadas neste ano, no primeiro semestre houve queda de 65,8% nas áreas queimadas e de 46,4% no número de focos de calor no território nacional em comparação ao primeiro semestre do ano passado (saiba mais aqui).

Além disso, seguem em plena execução as ações de monitoramento e fiscalização previstas no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

Segundo o governo, as ações são realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

*Com informações da Agência Gov/Via MMA.

Foto: Polícia Federal/divulgação