Violência policial em SP é alvo de críticas de Gilmar Mendes

Decano do STF afirmou que execuções não têm lugar no Estado de Direito e pediu formação adequada das polícias.

Publicado em: 12/07/2025 às 20:13 | Atualizado em: 12/07/2025 às 20:13

Casos recentes de violência envolvendo a Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) provocaram uma dura reação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Neste sábado (12), ele defendeu a Constituição e condenou execuções sumárias, após as mortes de dois jovens durante ações policiais.

“O Estado não pode adotar os mesmos métodos daqueles que pretende enfrentar. Segurança pública se faz com inteligência e respeito à legalidade”, afirmou.

O ministro também escreveu: “A Constituição Federal de 1988 não admite atalhos punitivos! Nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias. A Justiça só pode ser feita com base em provas e processos regulares”.

As declarações vêm após a morte de Guilherme Dias Ferreira, em Parelheiros, e de Igor Oliveira, em Paraisópolis, ambos em ações da PM-SP.

No caso de Parelheiros, inicialmente, a Justiça aceitou o pedido do Ministério Público e reclassificou o crime como homicídio doloso. Segundo as investigações, um policial matou Ferreira com um tiro na cabeça quando ele saía do trabalho no dia 4 de julho.

Já em Paraisópolis, a Secretaria de Segurança Pública informou que denúncias de homens armados em um ponto de venda de drogas motivaram a operação da PM. No entanto, as imagens das câmeras corporais revelaram que Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, estava rendido quando os policiais o mataram. As autoridades prenderam dois policiais.

Saiba mais em Carta Capital.

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Foto: Andressa Anholete/SCO/STF