Ataque hacker a sistema bancário pode ter desviado R$ 800 milhões
Hackers desviam até R$ 800 milhões usando acesso indevido ao sistema bancário.

Social Midia
Publicado em: 05/07/2025 às 18:44 | Atualizado em: 05/07/2025 às 18:46
Um dos maiores ataques cibernéticos já registrados no sistema financeiro brasileiro resultou no desvio de mais de R$ 500 milhões das contas-reserva de bancos, com valores estimados que podem chegar a R$ 800 milhões. O ataque hacker atingiu um sistema ligado ao pix.
O golpe envolveu o uso indevido de credenciais de acesso ao sistema do Banco Central, fornecidas por um funcionário da empresa C&M Software, que presta serviços a instituições financeiras.
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta semana João Nazareno Roque, funcionário da C&M, sob acusação de ter vendido seu login e senha por R$ 15 mil para criminosos.
O colaborador admitiu ter sido abordado em um bar na capital paulista, em março deste ano, e confessou ter aceitado a proposta criminosa.
O esquema permitiu a movimentação fraudulenta de grandes quantias por meio do sistema de liquidação que conecta bancos ao pix.
De acordo com investigações conduzidas em parceria com a Polícia Federal (PF) e o Banco Central (BC), parte dos valores desviados foi rapidamente convertida em criptomoedas, o que dificultou o rastreamento dos recursos.
Até o momento, ao menos quatro suspeitos estão sob investigação, e R$ 270 milhões já foram bloqueados em contas vinculadas ao esquema.
Como medida preventiva, o Banco Central suspendeu por até 60 dias as operações com pix de três instituições financeiras (Transfeera, Soffy e Nuoro Pay) que teriam recebido valores indevidos.
A C&M Software afirmou, em nota, que o ataque não resultou de falhas técnicas em seu sistema, mas sim de um caso de engenharia social, e que está colaborando com as autoridades.
O Banco Central reforçou que os clientes dos bancos não foram diretamente afetados e que medidas estão sendo adotadas para reforçar a segurança da rede de pagamentos.
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O caso acende alerta sobre a proteção de sistemas sensíveis operados por prestadoras terceirizadas e expõe vulnerabilidades humanas no setor financeiro digital.
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil