Abin paralela: PF aponta espionagem de 1,8 mil celulares no governo Bolsonaro

Investigação revela uso ilegal de software israelense para monitorar ministros do STF, parlamentares, servidores e opositores

Mariane Veiga

Publicado em: 18/06/2025 às 20:40 | Atualizado em: 18/06/2025 às 21:37

A Polícia Federal revelou que um esquema de espionagem ilegal operado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como “Abin paralela”, monitorou 1.796 celulares entre fevereiro de 2019 e abril de 2021, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Segundo as investigações, Bolsonaro teria atuado como “centro decisório”, definindo alvos da operação.

O esquema usava o software israelense First Mile, capaz de rastrear celulares por falhas nas redes 2G e 3G. Foram feitas mais de 60 mil consultas ilegais com 34 credenciais do programa.

Entre os alvos estavam ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso; parlamentares, como Rodrigo Maia, Joice Hasselmann, Renan Calheiros e Kim Kataguiri; além de jornalistas, servidores públicos e assessores.

A espionagem também atingiu integrantes da CPI da pandemia e até familiares de autoridades, como a esposa do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

A PF classificou os monitorados em oito grupos, incluindo membros do Judiciário, Legislativo, Ministério Público e opositores políticos.

Parte das ações envolveu perseguição física e levantamentos pessoais com motivação política. A defesa de Bolsonaro ainda não se pronunciou.

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Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo