Origem indígena da bolsonarista Sílvia Waiãpi é tremenda fake

Diamantino Junior
Publicado em: 15/06/2025 às 14:05 | Atualizado em: 15/06/2025 às 14:05
Uma investigação do portal UOL revelou uma série de contradições envolvendo a deputada federal Silvia Nobre Lopes, conhecida como Silvia Waiãpi (PL-AP), que colocam em dúvida sua origem indígena, idade, filiação, formação acadêmica e trajetória profissional.
Eleita em 2022 com apenas 5.435 votos, Silvia foi a deputada federal menos votada do país. Em junho de 2024, teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), por uso irregular de verba de campanha, que teria sido desviada para um procedimento estético.
A parlamentar afirma ter nascido na terra indígena Waiãpi, no Amapá, e ter sido adotada após um acidente na infância.
No entanto, relatos de familiares, como sua mãe Edenes Nobre Lopes, e lideranças indígenas desmentem essa versão.
Em vídeos anteriores à eleição, Edenes afirma ser a mãe biológica da deputada e nega sua origem indígena. Uma das irmãs também chegou a denunciar nas redes sociais que Silvia estaria “mentindo” sobre sua identidade.
Documentos obtidos pelo UOL revelam ainda inconsistências em sua data de nascimento: enquanto o RG usado para ingressar nas Forças Armadas aponta 1975, a certidão de nascimento e registros no Conselho de Enfermagem indicam 1971.
Além disso, há suspeitas de que Silvia tenha se apresentado como indígena apenas para obter vantagens políticas e profissionais.
Caciques e especialistas em língua waiãpi afirmam que a deputada não pertence à etnia nem fala o idioma. Mesmo assim, ela costuma abrir discursos na Câmara com frases supostamente indígenas.
Silvia se destacou durante o governo Bolsonaro, ocupando cargos no Ministério da Saúde e dos Direitos Humanos.
Leia mais
Marco temporal: na hora de votar, Motta tira Xakriabá e põe bolsonarista do PL
Atualmente, é favorável ao marco temporal, projeto que limita a demarcação de terras indígenas, o que contrasta com a identidade que reivindica.
A permanência de seu mandato depende de decisão do TSE.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados