No banco dos réus, Bolsonaro fala a Moraes sobre trama golpista
Ex-presidente será ouvido ao lado de aliados militares a partir desta segunda-feira (9).

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 08/06/2025 às 19:58 | Atualizado em: 08/06/2025 às 19:59
Dois anos após tensionar o país com ameaças à democracia, Bolsonaro vai, enfim, se explicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre seu papel na tentativa de golpe. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes, alvo frequente das investidas do ex-presidente, irá interrogá-lo, e, desta vez, ele deve romper o silêncio sobre a conspiração que mobilizou militares e culminou nos ataques do 8 de janeiro.
A sessão, por sua vez, marca a nova fase do processo, que investiga o núcleo central da trama golpista. Nesse contexto, entre os dias 9 e 13 de junho, o tribunal ouvirá, ao todo, oito réus.
Não apenas isso, mas a Primeira Turma do STF alterou a disposição no plenário para reforçar o caráter solene dos depoimentos: assim, os acusados se sentarão lado a lado, à frente dos ministros, como em um tribunal do júri.
Outro ponto relevante será o primeiro encontro de Bolsonaro com Mauro Cid após a delação do ex-ajudante de ordens à Polícia Federal (PF).
Quanto à ordem dos depoimentos, Bolsonaro será o sexto a prestar declarações. Antes dele, passarão pela bancada de réus o próprio Cid, o deputado federal Alexandre Ramagem, os ex-ministros Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno. Logo depois, virão Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.
Por outro lado, Bolsonaro afirmou que responderá às perguntas, embora tenha chamado a audiência de “inquisição”.
“Não vou lá para lacrar, querer crescer, desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade do nosso lado”, declarou, acrescentando ainda que seus apoiadores devem assistir ao depoimento.
Segundo informações, a maioria dos réus pretende falar, conforme advogados consultados. Contudo, as exceções podem ser Garnier e Nogueira.
Todos, sem exceção, são acusados de envolvimento na elaboração de minutas golpistas e na articulação para impedir a posse de Lula com apoio das Forças Armadas.
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Foto: Antonio Augusto/STF