Amazonas é o segundo com maior alta do desmatamento na Amazônia
De acordo com sistema Deter do Inpe, houve no mês de maio alta de 91% de desmatamento na região, uma área equivalente a Belém

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 06/06/2025 às 19:39 | Atualizado em: 06/06/2025 às 19:51
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou nesta sexta-feira (6) que o índice de desmatamento na Amazônia teve alta de 91% em maio comparado com o mesmo mês de 2024.
De acordo com sistema Deter, nesse mês houve derrubada de 960 km² – área equivalente a Belém (PA) – contra 502 km² em maio de 2024.
O Mato Grosso lidera a alta com 237% (de 186 km² para 627 km²), seguido do Amazonas com 22% (de 117 km² para 143 km²) e do Pará com 5% (de 138 km² para 145 km²).
Apuí, no sul do Amazonas, é o quarto da lista entre os dez que mais desmataram na região. O município derrubou 64,1 km² de floresta.
O ranking de municípios com mais desmatamento é liderado por Feliz Natal, União do Sul e Porto dos Gaúchos, todos no Mato Grosso.
No Amazonas, depois de Apuí, os municípios que mais desmataram foram Humaitá (13,5 km²), Lábrea (12,3 km²), Manicoré (11,7 km²), Novo Aripuanã (10,3 km²), Canutama (9,8 km²), Maués (7,5 km²), Boca do Acre (3,1 km²), Borba (2,5 km²) e Careiro (2 km²).
Situação dramática
O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, atribuiu o aumento em maio ao que classificou de situação “dramática” provocada pelo agravamento de incêndios florestais.
“A perda de floresta em maio de 2025 se deu em maior quantidade em função de incêndios florestais, mudando uma trajetória histórica que até hoje não conhecíamos”, disse Capobianco.
O resultado é o segundo maior para o mês da série histórica iniciada em 2016. Ficou abaixo apenas do recorde de 1.390 km² em maio de 2021. É a segunda alta consecutiva deste ano: em abril, os alertas já haviam aumentado 55%.
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Foto: Ibama/divulgação