Humorista Léo Lins é condenado a 8 anos de prisão por piadas sem graça
Ele também foi condenado ao pagamento de multa no valor de R$ 1,4 milhão.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/06/2025 às 14:46 | Atualizado em: 03/06/2025 às 14:46
O humorista Léo Lins foi condenado pela Justiça federal de São Paulo a 8 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por promover discurso de ódio em seu show de stand-up intitulado “Perturbador”.
A sentença foi proferida pela 3ª Vara Criminal Federal da capital paulista nesta terça-feira, 3 de junho, em ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF).
A denúncia, apresentada pelo MPF, apontou que o espetáculo publicado no YouTube em 2022 continha piadas de cunho discriminatório contra diversos grupos sociais, incluindo pessoas com deficiência, indígenas, negros, quilombolas, asiáticos e a população LGBTQIA+.
Para o MPF, os conteúdos ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e configuraram incitação ao preconceito e à discriminação.
Além da pena de prisão, o humorista foi condenado ao pagamento de multa no valor de R$ 1,4 milhão, correspondente a 1.170 salários mínimos de 2022, e ao pagamento de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.
A defesa de Léo Lins classificou a decisão como um “triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil” e anunciou que irá recorrer da sentença.
Léo Lins já havia se envolvido em outras polêmicas envolvendo discursos controversos.
Em 2022, foi desligado do programa “The Noite”, do SBT, após repercussão negativa de uma piada sobre uma criança com hidrocefalia.
No ano seguinte, o YouTube retirou do ar o show “Perturbador” por ordem judicial, atendendo a pedido do MPF.
A sentença representa uma das punições mais severas já aplicadas a um humorista no Brasil por conteúdo considerado discriminatório.
O caso reacende o debate sobre os limites do humor e da liberdade de expressão no país.
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Foto: reprodução/rede social