Órgão militar arquiva apuração sobre acampamento golpista em Manaus

Para o órgão, não há indício de crime militar na conduta do Exército durante os atos antidemocráticos.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 26/05/2025 às 15:20 | Atualizado em: 26/05/2025 às 15:44

O Ministério Público Militar (MPM) arquivou a apuração sobre a responsabilidade do Comando Militar da Amazônia (CMA) durante a instalação e remoção do acampamento golpista montado em frente ao quartel da instituição em Manaus.

Para o MPM, “ao menos em tese”, não foi encontrado qualquer indício de crime militar.

O acampamento começou em meados de novembro de 2022 e ficou até janeiro de 2023 sem que nenhuma ação tenha sido feita para a remoção.

Isso só ocorreu após duas ordens judiciais: uma do Supremo Tribunal Federal (STF) e outra da Justiça Federal do Amazonas.

Os ocupantes montaram no local uma infraestrutura para reagir contra o resultado das urnas que elegeu o presidente Lula da Silva e pediam intervenção militar.

O site ICL Notícias apurou que o arquivamento foi feito mesmo com documentos oficiais da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) demonstrando que a operação de desmonte do local não contou com a colaboração do Exército.

“Um ofício da PM datado de 10 de janeiro de 2023 afirma que a operação de desmobilização realizada no dia anterior, 9 de janeiro, ocorreu ‘sem qualquer apoio operacional do Exército Brasileiro’, mesmo com o acampamento instalado há meses no entorno da unidade militar’, diz o site.

Relatório

O ICL também cita um relatório da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, de 11 de janeiro, afirmando que o Comando Militar da Amazônia conduziu “tratativas individuais” com manifestantes, “diferentes das acordadas em reuniões do Gabinete de Crise”, realizadas entre os dias 7 e 8 de janeiro.

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Foto: Ricardo Oliveira/ Agência Amazônia