Marina Silva fica no governo, apesar da ‘lei geral da devastação ambiental’
Marina Silva permanece no cargo mesmo após derrota com aprovação da lei de licenciamento ambiental no Senado.

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 23/05/2025 às 14:59 | Atualizado em: 23/05/2025 às 15:17
Apesar do “golpe de morte” dado ontem (22/5) pelo Senado ao aprovar a “lei geral da devastação”, como ficou conhecido o projeto de lei 2.159/2021, lei geral de licenciamento ambiental do país, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, deve ficar no governo.
A saída da ministra foi dada como questão de tempo pelos senadores, após votação do texto.
No entendimento dos parlamentares, Marina ficou numa sinuca de bico. Para os senadores, ela não terá outro caminho, a não ser pedir para deixar a Esplanada.
Eles conjecturam que o presidente Lula da Silva não terá outro caminho a não ser sancionar o projeto de lei geral. Nesse caso, revoltaria a ministra, que, após a votação no Senado, chamou a decisão de “golpe de morte”.
Do contrário, se Lula vetar o texto, que ainda voltará para a Câmara, o veto seria derrubado pelo Congresso.
Ou seja, de um jeito ou de outro, o golpe de morte da lei geral da devastação entrará em vigor. Assim sendo, a derrota de Marina nessa batalha é iminente.
No entanto, gente do entorno da ministra afirma que ela não deixará a pasta.
“Pela agenda ambiental ela fica”, disse ao BNC Amazonas um importante assessor de Marina.
Essa fonte compara a situação atual com da primeira vez que ela passou pela pasta, no primeiro governo, de 2003 a 2008.
Leia mais
Manifesto de ongs cobra apoio de Lula a Marina Silva contra agro
Naquela ocasião, Marina enfrentava forte resistência interna no governo. Sobretudo, seu principal opositor foi o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura. A briga entre eles era o modelo de desenvolvimento ambiental do Brasil.
No entanto, sustenta o assessor de Marina, desta vez, ela vai permanecer no cargo “pela agenda”.
Nesse caso, Marina poderá aceitar a derrota, mas não cairá, segundo se apurou com seus aliados.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil