Bancada do Norte pede participação direta das populações na COP-30
Deputado do Amazonas sugeriu realização de conferências municipais e estaduais antes da conferência

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 20/05/2025 às 19:29 | Atualizado em: 20/05/2025 às 19:30
O presidente da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), embaixador André Corrêa do Lago, recebeu nesta terça-feira (20) a coordenação da bancada parlamentar do Norte, formada por 65 deputados federais dos sete estados da região.
Dessa forma, o coordenador da bancada nortista, deputado Sidney Leite (PSD-AM), levou ao presidente da COP-30 propostas para integrar lideranças políticas, empresariais, trabalhadores, indígenas, ribeirinhos e a população amazônica no debate da conferência, que vai acontecer em novembro deste ano em Belém, no Pará.
Além de representantes dos 198 países, a COP-30 deve receber mais de 40 mil visitantes durante os dias do evento, Deste total, aproximadamente 7 mil pessoas compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.
Na conversa com o embaixador André Corrêa do Lago, o coordenador da bancada do Norte destacou temas como educação, saúde, habitação, saneamento, bioeconomia e os saberes tradicionais da Amazônia que precisam fazer parte dos debates e busca de soluções na conferência.
E uma das sugestões apresentadas por Sidney Leite foi a abertura de fóruns de discussão e realização de conferências envolvendo, inicialmente, os municípios e depois os estados da Amazônia.
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“É impensável realizar uma conferência do clima desse porte sem levar em conta o que se produz de conhecimento na Amazônia, tanto a ciência, por meio das universidades, quanto pelos saberes dos povos tradicionais. E, até agora, ainda não vimos essa abertura de espaço para a sociedade amazônica discutir seus problemas e apresentar sugestões concretas aos membros da COP-30, declarou Sidney Leite.
Amazônia é prioridade
Por sua vez, o embaixador-presidente da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas recebeu com entusiasmo a proposta do coordenador da bancada do Norte.
E justificou sua posição:
“Um dos ganhos que nós temos que ter na COP-30 é justamente essa integração do Brasil com a Amazônia e a Amazônia com o Brasil. Portanto, não há a menor dúvida de que a gente vai estabelecer um roteiro para assegurar que esse debate aconteça, pois, a Amazônia é uma prioridade absoluta na COP-30, tanto que o presidente a República escolheu qu ela acontecesse em Belém, no Pará”, declarou André Corrêa do Lago.
Enviados especiais
Por conta disso, a organização da conferência do clima anuncia na próxima sexta-feira (23) os enviados especiais da COP-30. No total, serão 20 enviados para todos os temas a serem discutidos, mas cinco deles são especificamente sobre a Amazônia.
“Assim, nós vamos começar a atuar diretamente para assegurar esse diálogo intenso entre a população da Amazônia e a presidência da COP-30”, declarou Lago.
Os enviados especiais que vão buscar informações nos diversos setores e preparar a COP-30 com olhar amazônico são:
• Setor privado amazônico – Denis Minev – foi secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas e cofundador da Fundação Amazonas Sustentável.
• Sociedade civil amazônica – Joaquim Belo – líder extrativista, atua como secretário de Formação e Comunicação do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).
• Florestas – Beto Veríssimo – cofundador do Imazon e diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia e do Índice de Progresso Social do Brasil (IPS Brasil). Coordena o projeto Amazônia 2030.
• Governos subnacionais amazônicos – Marcello Brito – secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal;
• Povos indígenas – Sinéia do Vale – líder indígena wapichana, da terra indígena Serra da Lua (RR). Coordena o Departamento de Gestão Territorial, Ambiental e de Mudanças Climáticas do Conselho Indígena de Roraima (CIR).
Foto: divulgação