Deputados queimam secretário de Wilson Lima por Manaus fora da copa

Rozenha, que também é vice-presidente da CBF e presidente da FAF, lidera críticas a secretário de Esporte após exclusão da capital amazonense.

Adrissia Pinheiro, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 14/05/2025 às 10:13 | Atualizado em: 14/05/2025 às 10:13

A reação foi liderada pelo deputado estadual Ednailson Rozenha (PMB), que ocupa também os cargos de vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF) — posições que, ironicamente, não foram suficientes para assegurar a inclusão da capital no evento internacional.

Em um discurso que soou mais como tentativa de transferir responsabilidades, Rozenha classificou a ausência de Manaus como uma “derrota que expõe a falta de articulação da Sedel”, ignorando o próprio fracasso político-institucional em mobilizar o futebol nacional em favor do Amazonas.

“Manaus já sediou grandes eventos, mostrou sua força. Ficar de fora da Copa do Mundo feminina é uma derrota que expõe a falta de gestão da Sedel”, disse Rozenha à imprensa, sem mencionar o peso de sua própria atuação à frente das entidades que representam o Amazonas no cenário nacional.

Ao exibir reportagem sobre o assunto no programa “Manhã de Notícias”, neste dia 14, o apresentador Ronaldo Tiradentes fez crítica a Rozenha:

“O Rozenha, em 2023, tem um vídeo dele aí, falou que a copa ia ser aqui. Será que de lá pra cá, deputado Rozenha, não deu tempo de ir lá com o governador? […] O senhor falou, o senhor é vice-presidente da CBF. Cadê o seu prestígio lá com os caras? O senhor tá assim com os caras lá, né deputado? Aí não deu tempo”.

Leia mais

Fogo amigo 

Até deputados aliados do governo aderiram à campanha puxada por Rozenha. A deputada Alessandra Campelo (Podemos), diretora de futebol feminino da FAF, também criticou a Sedel, mas reforçou a decepção geral com a perda de uma vitrine esportiva e econômica. 

Já o presidente da ALE, Roberto Cidade (União Brasil), chamou a exclusão de “inadmissível”.

“É muito triste para nós, deputados, é muito triste para o governador do estado do Amazonas, que eu tenho certeza, que não sai da parte dele essas ordens, porque muitos secretários estão fazendo coisas pelas suas próprias cabeças”.

O líder do governo, Felipe Souza (PRD), apontou para o “estrelismo” do secretário Jorge Elias como fator que prejudicou o processo de articulação. 

“É lamentável que o Amazonas pague o preço do descaso de um secretário perdendo uma oportunidade histórica”.

Igualmente aliada do governo, a deputada Joana Darc (União Brasil) criticou Oliveira:

“É um secretário de esporte que cancela os projetos de governo, porque são projetos de governo, não é projeto pessoal do secretário, é projeto de governo”. 

Da mesma forma fez o deputado Cabo Maciel (PL):

“Dia de semana eu ligar de vídeo para o governador, porque eu estou com uma liderança, e ele responde na hora. Mas, isso não está acontecendo com secretários boçais”.

Quem poderá nos defender?

A ausência de Manaus, cidade com histórico recente em eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, levanta dúvidas não apenas sobre a atuação da Sedel, mas sobre o verdadeiro peso político de seus representantes no cenário esportivo nacional. 

Se nem um vice da CBF consegue defender os interesses do estado, de onde virá a força institucional para isso?

O Governo do Estado ainda não se manifestou oficialmente, mas a pressão política por respostas e mudanças na condução da política esportiva deve crescer nos próximos dias.

Foto e vídeo: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas