COP-30: Lula critica inação climática e alerta para crise democrática global

Em entrevista publicada nesta quinta-feira, 8 de maio, pela revista norte-americana The New Yorker, o presidente Lula da Silva abordou temas como a crise ambiental, o enfraquecimento do multilateralismo e a ascensão do populismo de direita.

Lula destacou a importância da Conferência do Clima da ONU (COP-30), que será realizada em Belém, no Pará, como um esforço para chamar a atenção internacional para a crise do desmatamento na Amazônia.

No entanto, o presidente demonstrou ceticismo quanto ao compromisso dos países desenvolvidos em financiar ações climáticas.

De acordo com Lula, em 2009 essas nações prometeram US$ 100 bilhões anuais para ajudar países em desenvolvimento a enfrentar as mudanças climáticas, mas até hoje não cumpriram integralmente essa promessa.

“Agora, a necessidade é de US$ 1,3 trilhão, e eles não vão entregar”, afirmou.

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Democracia em risco

Lula também expressou preocupação com o declínio da democracia e o aumento da desinformação global.

Conforme ele, desde os anos 1980, trabalhadores em países que construíram estados de bem-estar social têm perdido direitos, enquanto a concentração de renda aumentou.

“A democracia começa a cair quando ela deixa de atender aos interesses do povo”.

Ao comentar sobre a política internacional, Lula criticou a postura dos Estados Unidos e da Europa em relação à guerra na Ucrânia, ressaltando que preferiria que o Brasil não fornecesse armas para o conflito.

Ele relatou que recusou um pedido do chanceler alemão Olaf Scholz para vender mísseis que seriam enviados à Ucrânia.

“Não acredito em dinheiro de países desenvolvidos”, reiterou.

A entrevista completa está disponível no site da The New Yorker: Brazil’s President Confronts a Changing World.

Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República