Amazônia: MPF vai divulgar frigoríficos que produzem Carne Legal
Auditorias apontam empresas que adquirem animais com origem em áreas de desmatamento e invasões a terras indígenas

Mariane Veiga
Publicado em: 08/05/2025 às 20:43 | Atualizado em: 08/05/2025 às 20:46
O Ministério Público Federal (MPF) divulgou a prévia da programação do evento de divulgação dos resultados do segundo ciclo unificado de auditorias na cadeia econômica da pecuária na Amazônia.
O evento será no próximo dia 14, no auditório JK da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília (DF).
Serão divulgadas informações que permitam ao público saber como está o desempenho de frigoríficos que se comprometeram a atuar para garantir o respeito à legislação socioambiental na Amazônia.
A ideia é evitar adquirir animais com origem em áreas com desmatamento ilegal, trabalho escravo, invasões a unidades de conservação e a terras indígenas e quilombolas, ou sem regularização ambiental.
Segundo o MPF, o objetivo é que a carne oferecida aos consumidores tenha origem legal.
Além de indicar quais empresas atuam para promover e incentivar o respeito às leis e quais os resultados obtidos por elas, a divulgação desses indicadores é uma forma de estabelecer uma diferenciação entre os frigoríficos que se empenham nesse sentido e aqueles que atuam em desacordo com a legislação.
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Monitoramento
Além dos termos que frigoríficos assinaram com o MPF desde 2009, desde 2013 empresas desse setor e entidades do varejo vêm divulgando compromissos públicos de monitorar suas compras de gado da Amazônia.
Para harmonizar os critérios estabelecidos nos Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e nos compromissos públicos, foi criado um protocolo unificado para o monitoramento de fornecedores de gado.
No evento do próximo dia 14, serão divulgados dados referentes ao segundo ciclo das auditorias que foram realizadas em frigoríficos de toda a Amazônia com base nesses critérios padronizados.
Essas auditorias analisaram as transações comerciais de 2022.
Cooperação
No MPF, a coordenação dos trabalhos relativos ao TAC da Carne Legal é feita por meio da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR), a partir do Grupo de Trabalho (GT) Amazônia Legal, que tem, entre outros, os objetivos de dar continuidade ao Programa Carne Legal e de avaliar o desempenho dos frigoríficos da Amazônia, especialmente daqueles que celebraram TAC referente ao Programa Carne Legal.
Para a efetivação e ampliação dos TACs, o MPF conta com a cooperação da organização Amigos da Terra – Amazônia Brasileira (AdT) e, via programa Boi na Linha, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
Também integram a Câmara Técnica de Apoio ao TAC o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Universidade de Wisconsin-Madison (UW) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com informações do MPF
Foto: Ibama/divulgação