​PF indicia coronéis da PM por homicídios e tortura no Amazonas

Ex-secretário de segurança e ex-comandante da PM comandaram massacre de indígenas e ribeirinhos em 2020

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/05/2025 às 22:54 | Atualizado em: 07/05/2025 às 23:00

A Polícia Federal (PF) concluiu neste dia 7 de maio, cinco anos depois, a investigação sobre o massacre ocorrido em agosto de 2020 na região do rio Abacaxis, nos municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, no Amazonas. 

Entre os indiciados estão o ex-secretário de Segurança Pública do Amazonas e coronel da Polícia Militar Louismar Bonates e o então comandante-geral da Polícia Militar, coronel Airton Norte. 

Ambos são acusados de liderar as ações que resultaram na morte de, pelo menos, oito pessoas, incluindo indígenas mundurukus e ribeirinhos, durante a operação Lei e Ordem.

Além dos coronéis, mais 11 pessoas foram indiciadas por crimes como homicídio qualificado, tortura, sequestro, cárcere privado, ocultação e vilipêndio de cadáver, além de formação de milícia privada e fraude processual.

A investigação da PF detalhou que as ações executadas por policiais militares, supostamente dentro da operação Lei e Ordem, envolveram graves violações de direitos humanos, como invasões de domicílios, destruição de moradias, incêndios em aldeias, além de relatos de tortura e intimidação. 

Um dos episódios mais chocantes foi o relato de uma criança trancada em um freezer por policiais encapuzados.

Leia mais

PF investiga em Nova Olinda crimes da PM de 2020 no rio Abacaxis 

Servidores a serviço do crime

Segundo a PF, os crimes foram praticados por agentes públicos “com abuso de autoridade e desprezo pelas normas legais e constitucionais”, em ações que “excederam qualquer parâmetro de legalidade”.

Foto: PM/divulgação