Anne Moura se complica ainda mais com Lula e PT

A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, enfrenta uma escalada de desgaste político no partido. Essa deterioração chega ao entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A situação se agravou nesta semana após a ministra da Cultura, Margareth Menezes, negar em audiência na Câmara dos Deputados que tenha autorizado o uso de verbas de programas da pasta em campanhas eleitorais.

A referência é indireta, mas, evidentemente, as suspeitas recaem sobre a campanha de Anne à Câmara Municipal de Manaus, em 2024.

A acusação de que recursos federais estariam sendo usados para fins eleitorais locais já havia provocado mal-estar no governo e no PT. Agora, com o posicionamento público da ministra, o caso ganha novos contornos.

A fala de Margareth pode ser interpretada como um gesto de distanciamento do Planalto. Da mesma forma, uma tentativa de proteger o governo do impacto de eventuais investigações.

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Aproximação

Anne Moura chegou ao núcleo duro do PT por sua militância em defesa de Lula durante o período em que esteve preso em Curitiba.

Ao lado de Janja, hoje primeira-dama, Anne participou ativamente da vigília montada diante da sede da Polícia Federal. A lealdade rendeu prestígio. Mas o momento agora é de cobrança.

Em 2023, a nomeação de Anne para cargos estratégicos ligados à pauta de mulheres já havia gerado desconforto em setores do PT. Em paralelo, surgiram notícias de que sua pré-campanha a vereadora vinha sendo turbinada com eventos e estruturas associadas a programas federais. Esse fato levantou questionamentos sobre o uso da máquina pública em benefício pessoal.

Distanciamento

A cada novo episódio, aumenta o isolamento da dirigente dentro do partido. Fontes no PT, sob reserva, afirmam que há um “cansaço” com os ruídos em torno de seu nome.

Ainda não há investigação formal anunciada pelo Ministério Público, mas o caso deve continuar no radar da imprensa e de parlamentares da oposição, que já cobram explicações do governo federal.

No entorno de Lula, o desconforto é evidente, ainda que não externado publicamente.

Com ascensão marcada por fidelidade e capital político, agora, Anne Moura convive com o risco de uma queda provocada pelas mesmas estruturas partidárias que antes a impulsionaram.

Foto: reprodução