Assentamento em Apuí desmata, em março, igual a 1.400 campos de futebol
A área é sete vezes maior do que a derrubada no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Realidade, em Humaitá, o segundo assentamento mais desmatado em março na Amazônia

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 25/04/2025 às 19:37 | Atualizado em: 25/04/2025 às 19:37
O Assentamento Rio Juma, feito pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no município de Apuí, sul do Amazonas, desmatou no mês de março 14 km², o equivalente a 1.400 campos de futebol.
A área é sete vezes maior do que a derrubada no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Realidade, de 2 km², no município de Humaitá (AM), o segundo assentamento mais desmatado em março na Amazônia.
De acordo com os dados divulgados pelo Imazon, nesta sexta-feira (25), Apuí é o município na Amazônia com maior índice de desmatamento em março (15 km²), seguido de Itaituba (PA), Maués (AM), Colniza (MT) e Nova Maringá (MT).
Apenas em março de 2025, o Imazon informa que o desmatamento da Amazônia atingiu 167 km², uma alta de 35% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram destruídos 124 km².
Entre os estados, Mato Grosso liderou a destruição em março, com 65 km² perdidos (39%). Em segundo ficou o Amazonas, com 39 km² (23%), e em terceiro o Pará, com 29 km² (17%).
Ou seja: apenas esses três estados concentraram 80% de toda a destruição registrada na Amazônia no mês.
Apesar do aumento, essa devastação é quase 60% menor do que a registrada entre agosto de 2020 e março de 2021, quando foram desmatados 5.552 km² — a maior destruição desde 2008, quando iniciou o monitoramento.
Leia mais
Amazônia: 5 condenados pela Justiça a pagar R$ 31 milhões por desmatamento
Sinal de alerta
A pesquisadora do Imazon Larissa Amorim disse que, mesmo que os indicadores estejam abaixo desses picos, o crescimento observado em 2025 é um sinal de alerta.
“Estamos em uma janela de tempo que pode permitir a reversão desse cenário, onde as chuvas são mais frequentes na região. Logo, os distúrbios na floresta não são tão intensos quando comparamos com os meses mais secos, como de junho a outubro. Por isso, é preciso agir com urgência”, disse.
Foto: Polícia Federal/divulgação