Deputados começam a abandonar urgência de anistia a Bolsonaro e seus golpistas

Metade dos deputados do Podemos recuam e retiram assinaturas.

Câmara dos Deputados

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 25/04/2025 às 14:14 | Atualizado em: 25/04/2025 às 14:18

A proposta de anistiar envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro começa a perder fôlego no Congresso. Após decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de não pautar o projeto, quatro deputados do Podemos retiraram apoio à urgência.

Entre eles está a própria presidente do partido, Renata Abreu (SP). Outros que recuaram: Victor Linhalis (ES), Gilson Daniel (ES) e Nely Aquino (MG).

A medida de urgência aceleraria a votação do mérito, como quer a extrema-direita, que tenta reabilitar politicamente Bolsonaro.

Inicialmente, nove parlamentares do Podemos haviam assinado o requerimento. No entanto, com o recuo, metade da bancada abandonou o texto.

Enquanto isso, Linhalis declarou apoiar uma “anistia modulada”, que separe inocentes dos envolvidos em atos violentos e na “explosão de aeroporto”.

Apesar desse gesto político, o recuo é simbólico, pois o regimento da Câmara não permite retirar assinaturas após o protocolo. Além disso, só se metade dos signatários pedisse oficialmente a retirada é que o requerimento perderia validade.

Nos bastidores, o governo Lula, por sua vez, atua para esvaziar o projeto. Durante um jantar com líderes, Lula afirmou: “Não é prioridade”.

Diante do impasse, o PL de Bolsonaro, em resposta, anunciou nova obstrução no plenário como forma de pressão.

Esse tipo de ação, por outro lado, visa travar votações e demonstrar insatisfação política, uma tática já usada no início do mês. No entanto, a pressão da extrema-direita, até o momento, não surtiu efeito, e o projeto segue fora da pauta.

Saiba mais em Carta Capital.

Leia mais

Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados