Como funcionava golpe de entidades no benefício de aposentados e pensionistas

Aposentados e pensionistas recebiam descontos mensais sem autorização em seus benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A instituição fazia esses descontos, muitas vezes de valores pequenos, simulando adesão a entidades de aposentados. Essas entidades supostamente ofereciam vantagens, como auxílio jurídico e descontos em academias e planos de saúde.

Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), as vítimas jamais haviam se filiado nem assinado contrato algum.

Assinaturas falsas comprometeram os registros, e em 72% dos casos as entidades sequer entregaram a documentação obrigatória ao INSS.

As entrevistas com 1.300 beneficiários revelaram a fraude. Além disso, a esmagadora maioria, 97%, afirmou nunca ter autorizado os descontos.

Com isso, as investigações indicam que o esquema pode ter movimentado até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, valor que ainda está sob apuração.

Diante dessas descobertas, a CGU iniciou a investigação em 2023. No ano seguinte, acionou a Polícia Federal (PF), que abriu 12 inquéritos e deflagrou a Operação Sem Desconto.

Na sequência, na quarta-feira (23), a PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 cidades de 13 estados e do Distrito Federal.

Como resultado das ações, as autoridades apreenderam carros de luxo como Ferrari e Rolls Royce, além de joias, obras de arte e dinheiro vivo.

Além disso, a polícia prendeu seis pessoas ligadas a entidades associativas em Sergipe, enquanto uma delas permanece foragida.

Por isso, a Justiça decidiu afastar cautelarmente seis servidores públicos, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o procurador-geral do órgão, Virgílio de Oliveira Filho. Adicionalmente, determinou o afastamento de um policial federal suspeito de apoiar o grupo criminoso.

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Foto: Agência Brasil