Nome do ‘pai’ vai na certidão da criança mesmo se se negar ao exame de DNA
Projeto no Senado prevê ampla atualização do Código Civil.

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 20/04/2025 às 16:06 | Atualizado em: 20/04/2025 às 16:08
O Senado recebeu neste mês um anteprojeto que propõe a maior reformulação do Código Civil desde 2002. A proposta altera quase metade dos artigos atuais e inclui mais de 200 novos dispositivos.
Entre os pontos que mais geram debate estão as mudanças no reconhecimento de paternidade e no direito à herança.
Com o novo texto, o homem indicado pela mãe passará a ter a obrigação de registrar o filho ou realizar exame de DNA. Caso se recuse ou se omita, o cartório poderá incluir seu nome no registro e notificá-lo. Se discordar, ele deverá provar judicialmente que não tem vínculo genético ou socioafetivo.
Atualmente, cabe à mãe iniciar o processo na Justiça, o que muitas vezes gera demora e abandono.
Por um lado, juristas como Elena Gomes, da UFMG, alertam que a mudança pode fragilizar garantias processuais.
Por outro, o presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), Rodrigo Pereira, argumenta que a proposta acelera o reconhecimento de direitos fundamentais da criança.
No caso da herança, o projeto retira o cônjuge da condição de herdeiro necessário. Além disso, ele só terá direito aos bens se não houver descendentes ou ascendentes.
A advogada Elena Gomes critica a regra por deixar indefinida a forma de usufruto em casos de vulnerabilidade econômica.
“Isso abre margem para decisões subjetivas e insegurança jurídica”, afirma.
Por isso, essa discussão tem dividido opiniões.
Confira mais informações em O Globo
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil