Governo Lula destaca protagonismo indígena neste 19 de abril

Presidência e Ministério dos Povos Indígenas articulam ações para garantir a maior participação indígena da história nas conferências climáticas da ONU.

Indígenas e Lula

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas 

Publicado em: 19/04/2025 às 12:52 | Atualizado em: 19/04/2025 às 12:53

Neste sábado, 19 de abril, o Brasil celebra o Dia dos Povos Indígenas com uma ênfase inédita na importância dos saberes ancestrais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma mensagem em suas redes sociais destacando o papel central dos povos indígenas na preservação da vida no planeta.

A publicação também foi reforçada pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

Segundo Lula, o futuro da humanidade depende do reconhecimento das tecnologias milenares desses povos. Ele defendeu que não há futuro sem passado. O presidente afirmou ainda que as contribuições dos povos originários são fundamentais para enfrentar a emergência climática.

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COP-30

A mensagem também reforça os preparativos para a COP 30, que o Brasil vai sediar em Belém (PA), em novembro de 2025. A conferência, anunciada como a primeira a ocorrer dentro da floresta, representa uma oportunidade estratégica.

Por isso, o governo coloca o protagonismo indígena no centro da agenda climática nacioA mensagem também reforça os preparativos para a COP 30, que o Brasil vai sediar em Belém (PA), em novembro de 2025.

A conferência, anunciada como a primeira a ocorrer dentro da floresta, representa uma oportunidade estratégica. Por isso, o governo coloca o protagonismo indígena no centro da agenda climática nacional.

Desde então, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), criado em 2023, tem liderado iniciativas para garantir uma participação indígena sem precedentes. Entre essas ações, destacam-se a criação do Círculo dos Povos e da Comissão Internacional Indígena, ambos presididos pela ministra Sônia Guajajara.

Essas iniciativas foram lançadas durante o Acampamento Terra Livre, a maior mobilização indígena do país. Naquele momento, o governo marcou seu compromisso com o fortalecimento das vozes indígenas nos debates climáticos globais.

Além disso, o MPI e a Funai organizam o Ciclo COParente, uma série de 14 encontros em diversas regiões do Brasil. Com isso, buscam ouvir as comunidades indígenas, formar lideranças locais e articular estratégias políticas.

Desse modo, pretendem garantir uma presença qualificada nos espaços oficiais da COP, como a Blue Zone, a Green Zone, e outras áreas da cidade de Belém.

Financiamento climático

Ao mesmo tempo, o governo admite que a estrutura atual de financiamento climático falha em atender quem realmente protege o meio ambiente. Embora o Acordo de Paris, assinado em 2015, tenha reconhecido o valor dos saberes indígenas, esse reconhecimento não gerou ações concretas.

Na prática, menos de 1% dos recursos internacionais para clima chega às comunidades indígenas e tradicionais. A burocracia trava o acesso. A intermediação por grandes instituições afasta os recursos dos territórios que mais conservam.

Diante dessa distorção, o Brasil reage com novas estratégias. Uma delas é o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Outra é a renovação da Promessa, pacto entre países e filantropias que se compromete a apoiar diretamente as organizações indígenas.

Com essas ações, o governo pretende romper barreiras, acelerar repasses e reconhecer o papel central das populações tradicionais na proteção ambiental.

Além disso, o governo reforça que a COP 30 não pode ser apenas um evento simbólico na Amazônia. A conferência precisa deixar resultados duradouros.

É preciso fortalecer as políticas indigenistas, apoiar os movimentos de base e transformar o protagonismo indígena em influência política real.

Como lembra a campanha Abril Indígena, promovida pelo MPI:
“O conhecimento ancestral é a última fronteira contra a destruição — e a nossa chance de mudar.”

Com informações da Agência Gov

Foto: Agência Gov