60 milhões de brasileiros serão isentos das tarifas de energia

Nova proposta do Ministério de Minas e Energia amplia a tarifa social, isenta famílias de baixa renda com consumo até 80 kWh.

Conta de luz pode aumentar com novo gestor da Amazonas Energia

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 19/04/2025 às 09:37 | Atualizado em: 19/04/2025 às 10:07

O governo federal prepara uma proposta que pode transformar a vida de milhões de brasileiros. O plano prevê oferecer energia elétrica gratuita para famílias de baixa renda com consumo mensal de até 80 kWh. Com essa medida, o governo espera beneficiar cerca de 60 milhões de pessoas inscritas em programas sociais, como o Cadastro Único.

Atualmente, essas famílias já contam com descontos na conta de luz. Ainda assim, o novo projeto busca ir além: propõe eliminar totalmente a tarifa para quem consome pouco — o suficiente para manter itens essenciais como geladeira, televisão, chuveiro elétrico e iluminação. Com essa mudança, o governo pretende ampliar o acesso à energia e corrigir desigualdades históricas no setor.

O Ministério de Minas e Energia aponta que os consumidores mais pobres carregam o maior peso do modelo atual. Eles sustentam a segurança energética do país por meio de encargos elevados. Esses custos abrangem, por exemplo, as usinas térmicas e nucleares. Enquanto isso, os consumidores do mercado livre — como grandes empresas — não pagam por esses encargos, o que aprofunda a desigualdade tarifária.

Segundo o ministro Alexandre Silveira, essa desigualdade precisa acabar. Para ele, é hora de redistribuir os custos do setor. Além disso, o governo pretende compensar os gastos da gratuidade com ajustes internos. Uma das soluções é reduzir subsídios dados a grandes projetos de energia.

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Melhor energia

Além disso, a proposta traz outra mudança importante. Os consumidores poderão, no futuro, escolher a fonte de energia que utilizam. Assim como em países da Europa, será possível optar por energia solar, eólica ou hídrica. O processo será feito por meio de aplicativos ou plataformas digitais. O consumidor poderá negociar diretamente com fornecedores e definir a melhor forma de pagamento.

O custo estimado da medida é de R$ 4,45 bilhões. Ainda assim, o governo acredita que o impacto na conta dos demais consumidores será pequeno. A proposta já foi enviada à Casa Civil e deve seguir para o Congresso Nacional nas próximas semanas.

Se aprovada, essa será uma das maiores mudanças no setor elétrico das últimas décadas. Além disso, a medida busca promover justiça social, ampliar o acesso à energia e abrir caminho para um modelo mais sustentável e democrático.

Foto: divulgação