CNJ afasta desembargador que compartilhou fake news ligando Lula ao CV

Marcelo Buhatem compartilhou mensagens com ataques ao sistema eleitoral e críticas a Lula durante as eleições de 2022.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 18/04/2025 às 11:07 | Atualizado em: 18/04/2025 às 11:07

O desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), foi suspenso por 60 dias pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por divulgar mensagens de cunho político. Entre as postagens, o magistrado compartilhou fake news que questionavam a segurança das urnas e associavam o presidente Lula ao Comando Vermelho (CV).

Além disso, uma das mensagens atribuídas a Buhatem dizia que Lula era “convidado de honra do Comando Vermelho” durante uma visita ao Complexo do Alemão. Em sua defesa, o magistrado alegou não ter lido o conteúdo completo antes de repassar a mensagem de forma individual, e que não compactua com fake news.

Ademais, Buhatem também fez publicações contestando a lisura das eleições de 2022, ao criticar a discrepância entre pesquisas eleitorais e os resultados do primeiro turno.

Por outro lado, para o relator do processo, conselheiro Alexandre Teixeira, as condutas do magistrado afrontaram a neutralidade institucional exigida no cargo. O relatório aponta ainda que as ações feriram a confiança da população na Justiça e no processo democrático.

Consequentemente, a pena aplicada foi a de disponibilidade, a segunda mais grave prevista para magistrados, atrás apenas da aposentadoria compulsória. Inicialmente sugerida para durar 90 dias, a suspensão foi fixada em 60 por maioria no CNJ.

Por fim, além das postagens, Buhatem foi alvo de questionamentos por uma viagem aos Emirados Árabes em 2021, quando se encontrou com Bolsonaro, e por falhas funcionais, como a paralisação de processos e omissão em casos envolvendo uma advogada com quem tem vínculo familiar.

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Foto: Isac Nóbrega/PR