‘PM assassina’ de Tarcísio, protesta população pela morte de trabalhador no Brás
Trabalhador ambulante foi atingido no peito por um oficial da PM na tarde de sexta-feira (11), após ter sua mercadoria apreendida pelos agentes

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 14/04/2025 às 11:07 | Atualizado em: 14/04/2025 às 11:07
Com gritos de “polícia assassina e racista”, centenas de imigrantes senegaleses saíram às ruas, sábado (12) na região do Brás, em São Paulo, para protestar contra a morte de Ngange Mbaye.
O trabalhador ambulante foi atingido no peito por um oficial da Polícia Militar (PM) do governo Tarcísio de Freitas, na tarde de sexta-feira (11), após ter sua mercadoria apreendida pelos agentes.
Segundo informações do Brasil de Fato, ele foi levado de ambulância até o hospital Santa Casa de Misericórdia, mas não resistiu. O senegalês deixou a esposa e dois filhos.
Por esse motivo, manifestantes da comunidade senegalesa, em grande parte ambulantes como Mbaye, se concentrou no largo da Concórdia e, a partir das 10h, percorreu as ruas do bairro comercial.
Conforme a publicação, com grande efetivo, incluindo agentes do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP) e da Cavalaria, a polícia acompanhou a manifestação durante todo seu trajeto.
Com isso, no fim, com escudos, bombas e armas, os agentes dispersaram a multidão após supostamente terem sido atingidos por um objeto. Até agora, não há informações sobre feridos.
“Tudo estava bem até o último momento. Eles jogaram bomba na gente com choque, com cavalos, uma coisa muito bizarra”, explica a atriz e ativista Mariama Bah, que nasceu em Gâmbia e cuja família se encontra na região de Casamance, no sul do Senegal.
“Se o Brasil não está disposto a receber imigrantes, ou a dar condições, que não receba. É em nome da democracia que nos matam. E uma democracia seletiva, em cima de nossos corpos. Tem que parar. Porque os corpos não são tratados do mesmo jeito? O povo senegalês quer respeito”, bradou Bah em seu discurso durante a manifestação, acompanhada pelo Brasil de Fato desde o início.
Assim sendo, no decorrer de todo o ato, também convocado pelo Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, os senegaleses exibiam cartazes com pedidos de justiça por Mbaye. Familiares e amigos do senegalês estavam visivelmente emocionados.
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Foto: reprodução