Site de Humaitá tem condenação ratificada por ódio a indígenas no Amazonas

A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), em ação civil pública contra o autor das publicações

Site de Humaitá tem condenação ratificada por ódio a indígenas no Amazonas

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amaazonas

Publicado em: 09/04/2025 às 06:16 | Atualizado em: 09/04/2025 às 06:18

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve neste dia 8 de abril a condenação do administrador de páginas no Facebook “A Crítica de Humaitá”, “Chaguinha de Humaitá” e no portal de mesmo nome por publicar conteúdos com incitação ao ódio e discriminação contra indígenas da etnia tenharim, que habitam no sul do Amazonas. 

A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), em ação civil pública contra o autor das publicações.

Entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, o réu divulgou textos ofensivos nas páginas e portal, atingindo diretamente a comunidade indígena. 

Como resultado, o TRF-1 entendeu que as postagens extrapolaram os limites da liberdade de expressão e determinou o pagamento de R$ 30 mil por danos morais coletivos.

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Preconceito e ódio

Na ação, o MPF demonstrou que os conteúdos contribuíram para a propagação do preconceito e do ódio contra os indígenas, configurando violação da dignidade da pessoa humana. 

O órgão defendeu que a liberdade de expressão, embora garantida pela Constituição, não é absoluta e deve estar alinhada a outros direitos fundamentais.

Sobretudo, o contexto das publicações ocorreu em meio a um período de forte tensão social no sul do Amazonas, após a morte de um indígena e o desaparecimento de três pessoas na região da terra indígena Tenharim Marmelos, atravessada pela BR-230 (Transamazônica). 

Na época, o MPF chegou a emitir recomendações para cessar a incitação à violência contra os tenharins.

Além disso, a ação também solicitou a remoção dos conteúdos ofensivos das redes sociais, como forma de reparação e prevenção de novos episódios de preconceito.

Foto: divulgação/Ministério dos Povos Indígenas