Fundo Amazônia: governo libera R$ 39 milhões a produtores do Amazonas

O projeto deve beneficiar diretamente 2,4 mil famílias de 76 comunidades de Carauari, no médio rio Juruá.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/04/2025 às 14:47 | Atualizado em: 08/04/2025 às 14:57

O governo do presidente Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (8), a liberação de R$ 39 milhões do Fundo Amazônia para apoiar as atividades de pequenos agricultores rurais e extrativistas de óleos vegetais, açaí e pescado do município de Carauari, distante a 780 quilômetros de Manaus.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto deve beneficiar diretamente 2,4 mil famílias e um total de 10,4 mil pessoas em cerca de 76 comunidades da região do médio rio Juruá, no Amazonas.

O projeto será executado pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc) em articulação com outras quatro associações do médio Juruá.

“O projeto fortalecerá as cadeias de sociobioeconomia da Amazônia, beneficiando sobretudo comunidades extrativistas que conservam a floresta porque dela dependem para sua subsistência e manutenção de seus modos de vida”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Conforme ela afirmou, os recursos serão aplicados na aquisição de equipamentos, construção de infraestrutura e capacitação.

“Os recursos do Fundo Amazônia apoiarão a organização social dessas comunidades e ajudarão a garantir sua segurança alimentar”.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância da iniciativa para a permanência das populações tradicionais em seus territórios e para o fortalecimento da economia regional.

“Esse projeto vai aprimorar os processos produtivos agroextrativistas e contribuir para preservar uma área da Amazônia geograficamente bastante isolada e que apresenta grande biodiversidade”.

O BNDES afirmou que o apoio do Fundo Amazônia, com recursos não reembolsáveis, contribui para elevar a qualidade dos produtos da região, com investimentos em beneficiamento e armazenagem, em equipamentos de transporte e na capacitação de cerca de 1.190 pessoas para a prática e gestão de atividades econômicas sustentáveis.

Está prevista ainda a implantação de sistemas agroflorestais, prioritariamente em áreas degradadas, e o manejo florestal de 1,8 milhão de hectares.

Leia mais

Renda

O presidente da Asproc, Ecivaldo Dias, afirmou que as cadeias de valor coordenadas pela associação geram resultados de impacto direto na renda familiar do extrativista, na conservação dos recursos naturais e na garantia do território.

Dias considerou um desafio histórico das organizações de base receber apoio público para investir nos processos produtivos sustentáveis de resultado direto na região de atuação.

“Essa parceria com o BNDES, por meio do Fundo Amazônia, é uma oportunidade excepcional para fortalecer o protagonismo das populações tradicionais na proteção da biodiversidade por meio da consolidação das cadeias produtivas locais e do desenvolvimento territorial, com foco na inclusão social, política e econômica de quem, de fato, pode mudar o destino da floresta amazônica”.

Foto: divulgação/Asproc