Cidadão de Brasília, Omar Aziz critica compra do banco Master pelo BRB
Omar Aziz contesta compra de ações do banco Master pelo BRB com recursos do Fundo Constitucional do DF.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 04/04/2025 às 17:19 | Atualizado em: 04/04/2025 às 17:21
O senador Omar Aziz (PSD), que recebeu da Câmara Legislativa do Distrito Federal o título de Cidadão Honorário de Brasília, diz que é inaceitável a compra de 49% das ações do Master pelo Banco de Brasília (BRB) por R$ 2 bilhões.
Como principal responsável pela exclusão do Fundo Constitucional do Distrito Federal das regras do arcabouço fiscal, o que lhe garantiu o título, Aziz diz que essa transação envolve recursos públicos, uma vez que o BRB pertence ao governo do Distrito Federal.
Dessa forma, o senador afirmou que a transação não deve envolver apenas o Banco Central, o Governo de Brasília e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) responsáveis pela aprovação do negócio.
“Não é uma coisa só entre Cade e Governo de Brasília. É do Senado Federal e Tribunal de Contas da União (TCU), porque esses recursos são fundos constitucionais aprovados por nós aqui”, disse no plenário.
“Então, vamos retirá-los”, prosseguiu. “Exatamente”, apoiou o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Portanto, Aziz diz que o assunto não é só de Brasília, mas do Congresso. “Somos nós que damos o dinheiro e passamos recurso da União para Brasília, mas para ser aplicado em educação, em saúde e em segurança. E não é para ser aplicado em compra de banco de que a gente não sabe nem qual é a situação”, criticou.
Título
“Eu recebi o título de cidadão, porque fui muito correto com o povo de Brasília, mas não posso aceitar que se deem R$ 2 bilhões para um banco de que a gente não sabe a situação; no final do ano passado, eles não fizeram balanço, nenhum balanço foi publicado. A informação que nós temos é que o BTG ofereceu R$ 1 bilhão para assumir o passivo, e o Banco de Brasília está querendo comprá-lo por R$ 2 bilhões. Com dinheiro de quem? Do Fundo Constitucional”, protestou.
Para o senador, tem algo errado investir R$2 bilhões em um banco que nem balanço apresentou no final do ano passado.
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“E como eu posso falar sobre isso? Porque, como relator do arcabouço fiscal, eu privilegiei o Distrito Federal retirando o Fundo Constitucional. Mas tem aqui, em discussão, quais serão os reajustes anuais que serão dados para o repasse, e aí a discussão pode ser muito ruim para o Distrito Federal”, lembrou.
Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF