Competitividade e incentivos da ZFM ajudam contra tarifaço de Trump

Economistas do Governo do Amazonas divulgaram nota sobre impactos e oportunidades no polo industrial de Manaus

Antônio Paulo, do BNC Amazonas, em Brasília

Publicado em: 03/04/2025 às 21:59 | Atualizado em: 04/04/2025 às 07:49

A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas sobre produtos importados de diversos países, especialmente da Ásia, pode representar oportunidade significativa para a Zona Franca de Manaus (ZFM) e para o Brasil.

Isso porque o polo industrial de Manaus é competitivo, tem mão de obra de qualidade e incentivos fiscais, podendo se beneficiar desse novo cenário.

Por outro lado, embora a ZFM não esteja diretamente exposta às barreiras comerciais impostas por Trump, os impactos indiretos podem ser significativos, especialmente no aumento dos custos de insumos e na reconfiguração das cadeias produtivas.

Tais afirmações estão contidas nas notas técnica do Governo do Amazonas, emitidas nesta quinta-feira (3) pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedcti) e de Fazenda (Sefaz).

“A implementação de medidas estratégicas será essencial para transformar essas oportunidades em crescimento econômico e desenvolvimento sustentável”, afirmou o secretário Serafim Corrêa (Sedecti), que assina o documento com mais dois diretores.

Por sua vez, técnicos da Sefaz afirmam que, diante desse cenário, torna-se essencial monitorar os desdobramentos da guerra comercial e adotar estratégias para diversificar fornecedores, reduzir vulnerabilidades e manter a competitividade da indústria local.

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Benefícios à ZFM

Dessa forma, a nota técnica corrobora a manifestação do governador Wilson Lima, no programa “Manhã de Notícias”, da rede Tiradentes, que destacou a ZFM por se beneficiar do tarifaço de Trump.

“Há um risco de a gente ter de enfrentar um aumento na matéria-prima, de insumos que vem principalmente da Ásia. Por outro lado, nós temos a oportunidade de outras empresas, outros grandes empreendedores buscarem o Brasil como alternativa para fugir dessa sanção de medidas pesadas contra a Ásia. Da mesma forma que nós podemos fornecer para os Estados Unidos produtos que eles consomem da China e que agora haverá dificuldade de entrar lá”.

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Oportunidades

Assim, na avaliação da Sedecti, as principais oportunidades da ZFM com o tarifaço de Trump são:

•⁠ ⁠Aumento da competitividade das exportações. Setores como eletroeletrônicos, motocicletas e componentes técnicos podem ganhar espaço no mercado americano;

•⁠ ⁠Diversificação da produção. Empresas globais podem optar por investir na ZFM para escapar das tarifas impostas a países asiáticos.

•⁠ ⁠Geração de emprego e renda. Com o aumento da demanda por produtos fabricados na região, há potencial para crescimento da empregabilidade e maior circulação de recursos na economia local.

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Adoção de estratégias

Por fim, a Sedecti conclui, diante desse novo cenário, ser fundamental que a ZFM e o Brasil adotem estratégias para maximizar as oportunidades e mitigar riscos.

De outro modo, recomenda:

•⁠ ⁠Políticas para reduzir o custo Brasil, tornando a produção mais competitiva.

•⁠ ⁠⁠A promoção da ZFM e do Brasil como alternativas viáveis para empresas internacionais que buscam evitar tarifas elevadas dos EUA.

•⁠ ⁠⁠Investimento em infraestrutura e logística, garantindo que a produção nacional atenda aos padrões internacionais de eficiência.

•⁠ ⁠⁠Incentivo à capacitação de mão de obra, preparando profissionais para atender às novas demandas do mercado exportador.

Foto: divulgação