Avanço do SAMU não alcança igualmente a Amazônia

O governo federal reforçou o atendimento de urgência no país ao entregar, nesta quinta-feira (27), 156 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). A nova frota vai atender 114 municípios em 15 estados brasileiros. Desse total, 94 cidades receberão o serviço pela primeira vez. Com isso, mais de 2 milhões de brasileiros e brasileiras passam a contar com suporte especializado nos momentos mais críticos.

O Estado do Amazonas recebeu apenas 4 novas ambulâncias.

Ao longo do atual governo, o número de ambulâncias entregues já ultrapassa 2.200 unidades. Dessa forma, o SAMU agora alcança cerca de 90% da população brasileira, consolidando-se como uma das maiores redes de atendimento pré-hospitalar da América Latina.

Durante a cerimônia em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a iniciativa representa mais do que a simples entrega de veículos. “Estamos fortalecendo um serviço que salva vidas todos os dias. Desde o início da gestão do presidente Lula, temos um objetivo claro: universalizar o SAMU. Queremos garantir que todas as regiões do país, respeitando suas especificidades, tenham acesso a esse serviço essencial”, afirmou.

Padilha também ressaltou a modernização do atendimento: “Hoje, as ambulâncias do SAMU contam com medicamentos que fazem a diferença, como os trombolíticos, que transformaram o tratamento de infartos e outras emergências.” Além disso, o ministro anunciou que uma nova entrega de ambulâncias está programada para o mês de abril, com foco no estado de Minas Gerais.

Pará recebe o dobro de ambulâncias que o Amazonas

Apesar desses avanços, os números revelam disparidades regionais que ainda precisam ser enfrentadas. Nos dois últimos lotes de entrega, realizados nos dias 14 e 27 de março, o Amazonas recebeu apenas quatro ambulâncias. Em contraste, o Pará, estado vizinho, foi contemplado com oito unidades — o dobro.

Essa diferença preocupa, sobretudo por conta das especificidades da região amazônica. O Amazonas é o maior estado do país em extensão territorial e enfrenta desafios logísticos únicos: grande parte da população vive em áreas remotas, acessíveis apenas por rios, o que torna o atendimento emergencial ainda mais complexo.

Nesse contexto, a distribuição desigual dos recursos acende um alerta. A universalização do SAMU exige mais do que quantidade — demanda justiça territorial e sensibilidade às realidades locais. Portanto, é fundamental que os critérios de alocação de ambulâncias considerem as vulnerabilidades e distâncias enfrentadas por populações como as do interior do Amazonas.

Em suma, embora a expansão do SAMU represente um marco importante, garantir que ele chegue de forma equitativa a todos os brasileiros e brasileiras ainda é um desafio que o país precisa enfrentar com seriedade.

Foto: Agência Brasil