Juiz solta policiais suspeitos de ficar com carga de droga de traficante

São policiais militares do Bope, chamada tropa de elite.

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas 

Publicado em: 24/03/2025 às 11:51 | Atualizado em: 24/03/2025 às 11:51

A Justiça Militar de Roraima decidiu soltar, no dia 24 de fevereiro, quatro policiais do Bope acusados ​​de desviar parte de uma carga de drogas. A decisão só se tornou pública nesta segunda-feira (24). Os policiais foram presos em 29 de janeiro, durante a operação “Quem Pariu Mateus Que Balanço”, conduzida pela Polícia Civil.

Além disso, a investigação revelou que, em novembro de 2024, os militares abordaram um jovem nas ruas de Boa Vista. Durante a ação, eles apreenderam 70 quilos de entorpecentes. No entanto, ao chegarem à delegacia, foram arrecadados apenas 56 quilos de skunk e 1 quilo de pasta base de cocaína. Ou seja, 13 quilos desapareceram. A polícia ainda não acordou o destino da droga faltante.

Apesar das suspeitas, o juiz Thiago Russi Rodrigues entendeu que a prisão temporária havia cumprido sua finalidade. Segundo ele, os policiais colaboraram com as investigações, entregaram seus celulares, têm residência fixa e exerceram ocupações lícitas. Por esse motivo, o magistrado concluiu que manter a prisão não era mais necessário. Ele também ressaltou que a prisão deve ser usada apenas como último recurso.

Entenda

A decisão beneficiou os policiais Jean de Matos Galvão , Daniel Rodrigo Pereira da Silva , Fernando dos Santos Silva e Ivane Ivan Santos Silva . Apesar da liberdade provisória , os quatro continuam sendo investigados . Enquanto o processo segue em andamento , eles deverão cumprir uma série de medidas cautelares determinadas pela Justiça.

Entre essas restrições , o juiz suspendeu a porta de arma funcional e proibiu os militares de exercer qualquer atividade operacional . Como alternativa , a Polícia Militar poderá realocá-los exclusivamente em funções administrativas. Além disso , os policiais estão impedidos de se aproximar das vítimas, testemunhas ou de qualquer outro envolvido no caso. Por fim , eles deveriam comparecer mensalmente ao fórum para atualizar seus dados pessoais e manter contato regular com a Justiça.

Além dos quatro, o Ministério Público incluiu o sargento Wisley Sabino Aquino entre os suspeitos.

Atualmente, todos os envolvidos responderam por sete crimes:

  • prevaricação,
  • concussão ou extorsão,
  • lesão corporal, ameaça ou constrangimento ilegal,
  • alteração de local de crime,
  • tráfico de drogas,
  • peculato,
  • e falsidade ideológica.

Até agora, nem a Polícia Militar de Roraima nem os advogados dos acusados ​​comentaram o caso.

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Foto: divulgação