Bolsonaro abriu portas para ‘rei do gás’ Carlos Suarez tomar Brasília

Dono da Cigás, no Amazonas, o empresário instala termelétrica na capital federal.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 18/03/2025 às 06:21 | Atualizado em: 18/03/2025 às 06:21

Lei aprovada na gestão Bolsonaro garantiu a existência de termelétricas em locais que não contavam com esse tipo de abastecimento. Com isso, abriu portas para ‘rei do gás’ Carlos Seabra Suarez tomar Brasília.

Assim, a apenas 35 quilômetros da Praça dos Três Poderes, pode ser construída uma usina termelétrica. Como informa o Metrópoles.

O empresário baiano fundou, em 1976, a construtora OAS. Seu sobrenome é representado pelo “S” do nome da empresa, que se envolveu em diversas polêmicas.

Ou seja, como denúncias de trabalho escravo e corrupção, sendo alvo de investigações da Lava Jato.

Então, o projeto para a instalação de uma usina termelétrica em Brasília pegou muita gente de surpresa. E os motivos são muitos.

É que a energia gerada à base de gás metano é cara e poluente. Além disso, Brasília não produz matéria prima para o funcionamento do empreendimento.

Dessa forma, tornando necessária a construção de um gasoduto para tornar a usina viável. Isso sem falar do impacto ambiental e social.

Conforme o Metrópoles, influente na política, Suarez deixou a construtora e começou a expandir seus negócios para o setor de gás natural.

Segundo a informação, isso não impediu, no entanto, que ele fosse investigado na mesma operação que atingiu sua antiga empreiteira.

Suarez chegou a ter a conta suíça de uma de suas empresas, a Termogás Internacional, bloqueada por suspeita de usá-la para lavagem de dinheiro em propinas recebidas por ex-funcionários da Petrobrás. O empresário acabou absolvido.

Assim, no Brasil, Suarez tem participação em oito distribuidoras estaduais de gás e autorização para operar ao menos cinco gasodutos.

Por exemplo, todo esse volume de negócios pode parecer suficiente para justificar o título que ostenta, mas o “rei do gás” tem apenas uma distribuidora com operação relevante no mercado doméstico: a Cigás, no Amazonas.

A Cigás foi um dos motivos pelo qual a Petrobrás se desfez de seus negócios no Amazonas, alegando vantagens exageradas para a distribuidora de gás do estado.

Assim sendo, a viabilidade de uma usina na capital do país é decorrente, justamente, de jabutis colocados na lei que privatizou a Eletrobrás.

L:eia mais no Metrópoles.

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Foto: reprodução/Rima