Lula, Alckmin e Eletros anunciam recorde de produção de ar condicionado na ZFM
Números de 2024 do polo industrial do Amazonas põem o Brasil como segundo do mundo, atrás apenas da China

Mariane Veiga
Publicado em: 17/03/2025 às 21:50 | Atualizado em: 17/03/2025 às 23:20
O presidente Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (17) com o representante da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, para apresentar o recorde da Zona Franca de Manaus (ZFM) na produção de ar-condicionado em 2024.
O encontro também contou com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin.
Na ocasião, Nascimento compartilhou dados do balanço da associação que mostram que, em 2024, a indústria brasileira vendeu ao varejo 117,7 milhões de aparelhos eletroeletrônicos — um aumento de 29% em relação às vendas de 2023. Este é o melhor desempenho do setor da última década.
“Isso reflete, de um lado, a melhora de renda da população; o emprego cresceu, a massa salarial cresceu; e a política industrial, a Nova Indústria Brasil, Depreciação Acelerada para trocar máquinas. É um setor que pode crescer ainda mais com data centers, que é produtor dos grandes equipamentos para data centers”, destacou Geraldo Alckmin após a reunião no Palácio do Planalto.
Ele também citou programas que disponibilizam crédito para fortalecer a indústria nacional, como a Letra de Crédito do Desenvolvimento, o Novo Padis, Brasil Semicom, Lei do Bem e a Lei da Informática.

O presidente-executivo da Eletros também apontou o avanço econômico do país como preponderante para o atingimento do melhor resultado do setor nos últimos 10 anos.
“Nós tivemos um aumento na geração de empregos, um controle da inflação muito maior e uma redução da taxa de juros no primeiro semestre do ano passado. Isso impacta na aquisição dos produtos, porque eles são comprados principalmente parcelados, e quando a população vê que a parcela cabe no bolso, ela se sente estimulada a adquirir esses produtos”, disse.
Jorge Nascimento também indicou que o programa Desenrola, de renegociação de dívidas, contribuiu para o desempenho. “Ele fez com que a população pudesse voltar às compras, já que estava com o nome limpo”, afirmou.
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Segmentos
Dentro do setor de eletroeletrônicos, o principal destaque de 2024 foi o segmento de ar-condicionado, que registrou recorde histórico de produção com 5,8 milhões de unidades — crescimento de 38%, comparado a 2023. A maior parte dos aparelhos no Brasil são produzidos na ZFM.
Com isso, o Brasil se consolida como o segundo maior produtor mundial de ar-condicionado.
Com aumento de 33% nas vendas, a linha portátil, que envolve cafeteiras, secadores de cabelo e ferro de passar, comercializou 80,8 milhões de equipamentos em 2024 – 19,8 milhões a mais do que no ano anterior.
As vendas de aparelhos da linha branca, da qual fazem parte fogões, máquinas de lavar e geladeiras, cresceram 17%, passando de 13,3 milhões, em 2023, para 15,6 milhões no ano passado.
Já o segmento de linha marrom, composto principalmente por televisores e equipamentos de áudio, cresceu 22% em relação a 2023.
A produção atingiu 13,4 milhões de unidades, contra 10,9 milhões no ano anterior. Mesmo após as Olimpíadas, o setor manteve um ritmo forte de crescimento, alcançando seu maior volume em 10 anos.
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Investimentos
Entre 2025 e 2027, a Eletros estima R$5 bilhões em investimento para novos negócios do setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos e ampliação de indústrias já existentes.
As projeções para este ano indicam um crescimento entre 8% e 10% no cenário mais otimista. Em uma visão mais conservadora, a estimativa é de um avanço médio de 5%.
Do ponto de vista estratégico, o setor seguirá com uma agenda voltada à competitividade, em alinhamento com a Nova Indústria Brasil e outras políticas públicas focadas em eficiência energética, estímulo à demanda por produtos mais modernos, modernização das linhas de produção, fortalecimento da cadeia de suprimentos, investimentos em infraestrutura logística e incentivo à exportação.
Com informações do Planalto
Foto: divulgação