Rios no Amazonas sobem preguiçosamente e Madeira até vaza

O rio Madeira acaba de mostrar ao país sua importância para a economia. O agro que o diga.

Governo e empresários definem em Manaus concessão do rio Madeira

Adríssia Pinheiro, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 17/03/2025 às 12:47 | Atualizado em: 17/03/2025 às 13:38

Nesta segunda-feira (17), de acordo com dados da Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias, enquanto os rios Negro, Solimões e Amazonas apresentam subidas lentas, mas constantes, o rio Madeira registrou leve vazante nos últimos dias.

Considerando que os rios até o início do século enchiam até junho, no mínimo até maio, não deixa de ser uma preocupação ver o rio Madeira perder água tão cedo.

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Rio Madeira, pilar do agronegócio

O rio Madeira, que registrou vazante nos últimos dias em Porto Velho, capital de Rondônia, perdeu 3 centímetros e amanheceu nesta segunda-feira com a cota de 15,71 metros, é um dos mais importantes para a logística do agronegócio. 

Recentemente, o rio foi palco da maior operação logística já realizada na região: um comboio com 30 barcaças transportou 75 mil toneladas de soja até Santarém (PA), um marco histórico que reforça sua relevância como corredor de exportação. 

Essa carga equivale a cerca de R$ 165 milhões em grãos e teria exigido 1.500 caminhões se fosse transportada por rodovias.

Além disso, o Madeira conecta o Amazonas a Rondônia, de onde, pela BR-319, é possível a conexão com o restante do país.

Dessa forma, a vazante mínima deve preocupar setores econômicos importantes para os estados da região Norte, considerando as dificuldades de navegação por um rio sem balizamento fluvial. Em época de seca, o Madeira é palco de encalhamentos e naufrágios.

Promessa do governo federal de transformar o rio em hidrovia privatizada até agora não passou disso.

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Rio Solimões

No último fim de semana, nos dias 15 e 16 de março, o rio Solimões subiu apenas 2 cm na régua de medição do porto de Tabatinga. Está em 11,23 m.

O rio é um importante canal de ligação entre o Brasil e os países vizinhos Peru e Colômbia. 

O Solimões conecta a região da tríplice fronteira, onde está localizada Tabatinga, um ponto estratégico para o comércio internacional e a segurança nacional. 

O rio também leva ao porto de Chancay, no Peru, que integra a nova “rota da seda” chinesa e promete revolucionar as conexões logísticas entre América do Sul e Ásia. 

Trata-se de um roteiro marítimo fundamental para o sucesso do polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM), tanto para o transporte de matéria-prima quanto para o escoamento de produção do Amazonas.

Contudo, se é importante para o progresso e desenvolvimento do Amazonas e do país, por consequência, o Solimões também transporte a desgraça.

Sem investimento suficiente, a segurança é comprometida, afligindo em primeiro lugar o Amazonas. O Solimões e as fronteiras são carentes de atenção para enfrentar desafios significativos, como crimes ambientais (extração ilegal de madeira, contrabando de peixes), narcotráfico, invasão de terras indígenas e outras mazelas.

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Rio Amazonas

Em Itacoatiara, o rio Amazonas atingiu a cota de 11,86 m, subindo 5 cm no monitoramento dos últimos três dias.

Esse rio é uma das principais rotas fluviais do mundo e desempenha papel crucial no escoamento da produção agrícola brasileira, sendo o rio Madeira seu principal afluente nesse setor. 

O porto de Itacoatiara é estratégico para exportações de grãos, sobretudo soja e milho produzidos no centro-oeste do Brasil. 

Por meio do Amazonas, esses produtos chegam aos mercados internacionais com eficiência logística que reduz custos de transporte. 

Além disso, Itacoatiara é um polo agroindustrial importante no estado do Amazonas. O rio também conecta a produção da ZFM ao oceano Atlântico, consolidando-se como uma artéria econômica vital.

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Rio Negro

O rio Negro, neste dia 17 de março registra a cota de 25,26 m, tendo subido 18 centímetros nos últimos três dias.

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Foto: divulgação/Dnit